O presidente do Benfica será sempre escrutinado seja qual for a decisão que tomar; então que a tome
Terminou ontem a época do Benfica e foi atirada para os próximos dias a possibilidade do presidente fazer um balanço e clarificar finalmente a situação do treinador. Roger Schmidt tem contrato e tem passado a mensagem de que está feliz no clube e de que já só está a pensar em fazer um melhor trabalho na nova temporada, mas o silêncio de Rui Costa tem passado uma mensagem mais baça.
É verdade que o tema é sensível e é preciso pensar bem nele porque está em causa o futuro imediato, e também pode aceitar-se que um presidente de um clube não deva sentir-se pressionado a falar constantemente e sobre tudo, ou que Schmidt, para o que der e vier, tem, realmente, contrato em vigor até 2026. Mas o momento dos benfiquistas não é, de todo, tranquilo e impunha-se, impõe-se, uma palavra do presidente a apontar o caminho: se rescinde ou continua com o treinador alemão.
Questionado na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Rio Ave sobre o silêncio da Direção, Schmidt disse que esse não era tema para ele. E não é. Pertence inteirinho a Rui Costa, que deve ter a coragem de tomar ou manter uma decisão e dela deve dar conta aos sócios, aos adeptos, a quem segue o Benfica de uma forma geral; ou seja: a todos. Desde que não seja uma meia-decisão ou um discurso equilibrista como o que usou para repreender quem assobiou e cuspiu no treinador no estádio sem, na verdade, tomar verdadeiramente a defesa de Schmidt.
As decisões não se tomam de ânimo leve, claro que não, mas têm timings para serem tomadas que lhes dão força, e o presidente do Benfica está no limite do dele, seguramente também a medir bem o passo porque o próximo ano será de eleições nas águias.
Cenário 1 – Rui Costa rescinde com Schmidt, tem de apresentar um novo treinador e reajustar o projeto.
Cenário 2 – Rui Costa continua com Schmidt, dá-lhe confiança e mais argumentos para ele não ter desculpa se falhar a seguir.
Seja qual for a opção, ela pertencerá sempre a Rui Costa e o presidente também será sempre escrutinado; portanto, que decida com coragem e em consciência. Se já decidiu, que o diga aos benfiquistas porque eles querem ter a certeza de com o que é que contam.
Citando Rúben Amorim, quando aceitou o risco de treinar o Sporting, as coisas podem correr mal, é verdade. Mas, Rui, e se correr bem?
Fonte: A Bola