Escassez de divisas adensa problemas no mercado moçambicano

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A escassez de divisas em Moçambique tem se tornado uma preocupação crescente para os agentes económicos do País, com o sector privado a elevar o tom e a ser a face mais representativa da contestação da situação que se vive.

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), diz que a situação é resultado de uma combinação de factores, incluindo a queda das receitas de exportações, medidas de restrição cambial adoptadas pelo Banco de Moçambique e outras variáveis económicas.

Entre Janeiro e Fevereiro de 2024, houve uma queda média mensal de 2,3% nas importações. No primeiro trimestre de 2024, a redução foi de 2,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Para lidar com essa escassez, o Banco de Moçambique exige que os bancos comerciais convertam obrigatoriamente 30% da receita de exportação de seus clientes. Embora os bancos comerciais tenham reportado posições cambiais positivas, eles enfrentam desafios na distribuição equitativa dessa liquidez.

A retirada da provisão de divisas para importações de combustíveis aumentou a demanda por divisas para outras importações essenciais, como alimentos e medicamentos. A CTA também destacou que a redução nas transações no Mercado Cambial Interbancário é preocupante, com uma queda de 78,6% no primeiro trimestre de 2024 em comparação ao ano anterior.

Zuneid Calumia, Vice-presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, descreveu a situação vivenciada pelo sector privado como tal que esta a causar uma diversidade de constrangimentos.

“Há registo de transtornos, tais como descredibilidade dos fornecedores moçambicanos, multas por atraso de pagamento; falta de stock; atraso no fornecimento de serviços; atraso na expedição de equipamentos para Moçambique”.

No geral, falta de divisas no mercado tem constrangido o processo de pagamento das facturas com o exterior, o que tem afectado directamente as operações externas.

Apesar desses desafios, há sinais positivos no horizonte. A retomada de grandes projetos e a entrada de fundos de organizações internacionais, como o FMI e o Banco Mundial, trazem esperança de melhora. A CTA sugere que uma solução viável seria a redução do coeficiente das reservas obrigatórias em moeda, atualmente em 39%, para liberar mais liquidez no mercado. Essa medida também foi recentemente defendida pelo FMI.

Fonte: O Económico

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