Dois estaleiros sul-coreanos adiaram a entrega de 17 navios gaseiros encomendados para o projecto Mozambique LNG para 2028 e 2029. O projecto, avaliado em mais de 20 bilhões de dólares, é liderado pela TotalEnergies, empresa petroquímica francesa.
A TradeWinds, uma plataforma de informações sobre a indústria de GNL, relatou que a entrega dos navios foi formalmente adiada. A paralisação das obras de construção da base logística de Afungi, no distrito de Palma, Cabo Delgado, devido à invocação da cláusula de “força maior”, contribuiu para este adiamento. No entanto, o projeto continua em andamento, aguardando o levantamento desta cláusula.
Os estaleiros HD Hyundai Group e Samsung Heavy Industries foram contratados por quatro armadores para a construção dos navios, que são essenciais para transportar o gás natural liquefeito das unidades de liquefação até os pontos de regaseificação, próximos aos pontos de distribuição.
O adiamento indica que, se o projecto for retomado em breve, a produção em Afungi poderá começar entre 2028 e 2029.
Coral Sul FLNG atinge marco de produção satisfatória
Enquanto o projecto Mozambique LNG enfrenta atrasos, o Coral Sul FLNG, operado pela italiana ENI, alcançou um marco significativo de produção em águas profundas de Cabo Delgado. A Air Products, fornecedora de tecnologia de liquefação, afirmou que a tecnologia e o equipamento de processamento de GNL da Coral Sul FLNG passaram no teste de desempenho, atingindo uma produção superior a 3,4 milhões de toneladas por ano.
A Air Products, multinacional norte-americana especializada em gases e produtos químicos industriais, destacou que a eficiência do processo AP-DMR, combinado com a utilização de maquinaria aeroderivada, resulta em uma intensidade de carbono mais baixa em comparação com outros processos de GNL em serviço flutuante. O envolvimento da empresa com o projecto FLNG começou em 2013 e resultou na selecção da tecnologia e equipamento AP-DMR LNG.
Expansão da Presença da CNOOC Ltd em África
Simultaneamente, a multinacional chinesa CNOOC Ltd confirmou vários acordos para explorar blocos offshore em África, incluindo cinco blocos offshore cobrindo 29 mil quilómetros quadrados em Moçambique. Esses blocos foram concedidos pelo Ministério dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique e pela empresa petrolífera pública ENH, marcando uma nova expansão da presença da CNOOC em África, onde já opera em países como Congo-Brazzaville e Nigéria.
Esses desenvolvimentos destacam a dinâmica e os desafios do setor energético em Moçambique, que continua a atrair investimentos significativos, apesar dos obstáculos e atrasos.
Fonte: O Económico
