Crescimento da demanda global por petróleo desacelera ainda mais com o esfriamento da China – AIE

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O crescimento da demanda global por petróleo desacelerou para o nível mais fraco em mais de um ano no último trimestre, à medida que a recuperação pós-pandemia na China enfraquece, disse a Agência Internacional de Energia (AIE).

O consumo mundial aumentou em apenas 710.000 barris por dia no segundo trimestre — o menor ganho desde o final de 2022 — enquanto a China caiu em uma contração marginal, revelou a AIE no seu relatório mensal publicado quinta-feira, 12/07.

A AIE indica que,  para 2024 e 2025, a demanda global continua no caminho certo para crescer a cada ano em menos de 1 milhão de barris por dia.

De acordo com a agência, a queda do consumo de combustível está sendo confortavelmente compensada por uma enxurrada de novos suprimentos dos EUA e de outras partes das Américas. Como resultado, os estoques globais observados aumentaram por quatro meses até Maio para atingir seu maior nível desde meados de 2021.

“A demanda mundial por petróleo continua a desacelerar”, disse a agência sediada em Paris, que aconselha a maioria das principais economias. “O consumo chinês se contraiu, à medida que a recuperação pós-pandemia do país seguiu seu curso.”

A agência Bloomberg, noticia, a propósito, que, ainda assim, a maioria dos outros analistas na indústria do petróleo — de trading houses a bancos de Wall Street — veem um quadro mais forte de consumo, e os preços do petróleo bruto continuam a ser negociados perto de US$ 85 o barril em Londres. Um aumento sazonal na demanda por combustíveis para veículos está ajudando a reduzir os estoques nos EUA, ainda o maior consumidor.

Agora, as estimativas da AIE sugerem que essa força pode não durar.

Os estoques globais devem ser amplamente equilibrados no quarto trimestre, mesmo que a aliança OPEP+ liderada pela Arábia Saudita renegue os planos de restaurar a produção, de acordo com a agência. Os mercados devem entrar em superávit na maior parte do próximo ano, projecta a AIE.

“Após o verão quente, tendências mais frias devem prevalecer”, disse a AIE.

O crescimento da demanda mundial de pouco menos de 1 milhão de barris por dia, ou menos de um por cento, para este ano e o próximo ocorre enquanto “crescimento económico abaixo da média, maiores eficiências e electrificação de veículos agem como ventos contrários”.

Em relatórios anteriores, de longo prazo, a AIE previu que a demanda mundial por petróleo deixará de crescer antes do final da década, à medida que os países abandonam os combustíveis fósseis em um esforço para evitar mudanças climáticas catastróficas.

Sua perspectiva foi criticada por muitos no sector, mas recebeu apoio na quarta-feira da grande petrolífera BP Plc, que previu que o patamar do consumo poderia chegar já no ano que vem.

Fonte: O Económico

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