O Sindicato Internacional de Jogadores de Futebol (Fifpro) abriu uma ação legal na Justiça contra a Fifa por causa do novo Mundial de Clubes.
De acordo com o jornal inglês The Guardian, membros do Fifpro na Europa apresentaram uma ação legal ao Tribunal de Comércio de Bruxelas nesta quinta-feira (13).
Liderada pelas associações de jogadores profissionais da Inglaterra (PFA) e da França (UNFP), a ação vem na esteira de críticas de clubes europeus por causa do novo formato do Mundial de Clubes, com 32 equipes, que será disputado pela primeira vez, entre junho e julho de 2025, nos Estados Unidos.
Segundo o The Guardian, a Fifpro contesta a “legalidade das decisões da Fifa de definir unilateralmente o calendário de jogos internacionais e, em particular, a decisão de criar e programar o Mundial de Clubes da Fifa de 2025”.
A PFA alega que busca “fazer valer os direitos legais” dos jogadores de terem folgas garantidas e protegidas.
A ação pede que o tribunal encaminhe as questões ao Tribunal de Justiça Europeu para uma decisão preliminar.
A ação na Justiça é mais um capítulo da polêmica que se instaurou na Europa desde o anúncio do novo formato do Mundial de Clubes.
Na semana passada, Ancelotti viralizou ao afirmar, em entrevista ao jornal italiano Il Giornale, que o “Real Madrid, assim como outros clubes, não iria jogar o novo Mundial”.
Após o rebuliço nas redes, o Real Madrid emitiu um comunicado negando que pretende não participar do torneio, e, depois, o próprio Ancelotti teve que se retratar, dizendo que foi mal interpretado.
O fato é que os clubes europeus não estão muito empolgados com a novidade, uma posição que contrasta com a expectativa dos sul-americanos já classificados, como Flamengo, Fluminense e Palmeiras.
Os europeus temem o desgaste físico dos jogadores, com a disputa de mais jogos, em um calendário já considerado pesado.
Nem o incentivo financeiro, de 50 milhões de euros pela participação, e mais 100 milhões de euros pelo título, é capaz de incentivar os europeus.
Em maio, o presidente da Fifa, Gianno Infantino, por sua vez, afirmou que a perspectiva de uma disputa na Justiça sobre o novo Mundial de Clubes seria um “debate fútil”.
De acordo com Infantino, a Fifa organizou “cerca de 1% dos jogos dos principais clubes do mundo” e que “1% ou 2% dos jogos que a Fifa organiza “financia o futebol em todo o mundo”.
O presidente também alegou que as ações da Fifa estão “totalmente dentro dos direitos de definir os parâmetros das competições”, e que a entidade respeita a “estrutura regulatória em vigor”.
Foto de destaque: Francois Nel/Getty Images
Fonte: OneFootball