Sistema Financeiro cresceu 4,6%, em 2023, Sector Bancário mantém-se estável, rentável e adequado – REF

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Indica o Relatório de Estabilidade Financeira (REF), um instrumento de comunicação da política macro prudencial do Banco de Moçambique que aborda as determinantes da conjuntura internacional e doméstica, bem como a avaliação do risco sistémico, que concorre para influenciar as decisões de política macroprudencial, que o sistema financeiro cresceu 4,6% em 2023 e os principais indicadores financeiros mostram que o mesmo continua estável, sólido e bem capitalizado.

Relativamente ao sector bancário, o REF indica que os indicadores se mantiveram estáveis, rentáveis e adequados. Com efeito, o rácio de solvabilidade fixou-se em 25,67% em 2023, cifra acima do mínimo regulamentar de 12,00% e que acomoda as reservas de conservação dos bancos domésticos de importância sistémica (D-SIBs). Por outro lado, a liquidez do sector bancário continuou a apresentar níveis satisfatórios, fixando-se em 47,42%, cifra acima do mínimo regulamentar de 25%.

Indica o REF, de Maio de 2024, que, não obstante o desempenho favorável dos indicadores de capitalização e de liquidez, a qualidade dos activos, medida pelo rácio do crédito em incumprimento (NPL), continua acima do nível máximo internacionalmente recomendável de 5,0%, tendo-se fixado em 8,24% em 2023, e o rácio de cobertura do NPL pelas provisões específicas fixou-se em 66,04%.

“O activo do sector bancário registou um crescimento de 7,27%, financiado, em grande parte, pelo incremento dos depósitos e recursos de outras instituições de crédito. Contudo, o crédito à economia registou uma contracção de 2,45% em 2023”. Anota o REF.

O REF indica que os resultados líquidos do sector bancário registaram um crescimento de 8,12% em 2023, após 16,13% apurados em 2022, tendo os D-SIBs contribuído com 73,92% dos resultados totais do sector.

Destaca também o REF que o nível de concentração do sector bancário, mensurado pelas quotas dos activos, depósitos e crédito, continua a apresentar uma tendência decrescente, sinalizando, deste modo, maior competitividade no mercado.

Por seu turno, sinaliza o REF, o sector de seguros e os investidores do Mercado de Valores Mobiliários (MVM) incrementaram os investimentos em títulos de dívida pública, em detrimento das aplicações no sector bancário, aumentando, deste modo, as suas exposições ao risco soberano.

Assim, o “índice de risco sistémico fixou-se em 32,29%, tendo permanecido no nível moderado, não obstante a redução deste indicador em 7,29 pontos percentuais (pp), justificado pelo abrandamento dos riscos macroeconómico e de mercado”. 

Não obstante o nível moderado do risco sistémico, o REF sublinha que prevalecem vulnerabilidades, a nível interno e externo, com destaque para a instabilidade militar na região norte de Moçambique, a permanência do País na lista cinzenta do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI) e a ocorrência de eventos climatéricos extremos.

“Para conter os riscos e mitigar as vulnerabilidades do sistema financeiro nacional, o BM manteve inalterados todos os instrumentos da política macroprudencial”, indica o REF. “Deste modo, as reservas de conservação para os D-SIBs e Quase D-SIBs permaneceram com os mínimos de 2,0% e 1,0%, respectivamente”. Acrescenta.

Fonte: O Económico

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