Uma competitividade por saborear

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Registo dos clubes lusos na UEFA foi apenas o 9.º, atrás de Bélgica, Turquia e Rep. Checa

Portugal acabará em sétimo lugar do ranking da UEFA, o mesmo posto em que começou a época e sabe já que começará a próxima precisamente na mesma situação. No arranque para 2023/24, estava a 3,684 pontos dos Países Baixos e, apesar de ter feito melhor registo do que os neerlandeses, a distância após o verão cifrar-se-á nos 5,884, fruto da perda do registo de 2019/20 em que os clubes lusos foram superiores.

A França, que já esteve a tiro, partirá com 9,149 pontos de avanço no 5.º lugar, e a Bélgica, 8.ª, parece estar a ganhar-nos terreno. Com uma equipa ainda em campo, o Club Brugge – perdeu a primeira mão da meia-final da Liga Conferência com a Fiorentina por 3-2 – começará 2024/25 pelo menos a 5,016 pontos de Portugal. Já esteve bem mais longe. Em 2022, terminou em 13.º.

É de assinalar ainda que a soma das seis equipas portuguesas em prova foi inferior a oito outros países, atualmente por esta ordem: Itália (7 equipas), Alemanha (7), Inglaterra (8), França (6), Espanha (8), Bélgica (5), Turquia (4) e República Checa (4). A tendência não é, obviamente, favorável ou animadora. Passou menos de um ano desde que a conta oficial da Liga Portugal avisou a da Eredivisie para aproveitar o 6.º lugar enquanto durasse. Pelos vistos, continuarão a gozá-lo por muito mais tempo. Infelizmente.

Por muitas desculpas que se arranjem, algumas válidas outras nem por isso, a Liga portuguesa está a perder força europeia. Há quem se recuse a vê-lo e procure estudos ou visões segmentadas para continuar a achar que está tudo bem. Não está e pouco foi feito para contrariar o problema.

É neste 7.º lugar e em aparente quebra que se encontra a competitividade do campeonato, com as suas equipas, embora compensadas pelo amealhar dos grandes e por vezes do SC Braga, a fazer pior do que belgas, checos e turcos.

O país ainda vai conseguindo seduzir alguns bons jogadores, porém estes acabam quase sempre em Sporting, Benfica ou FC Porto, e os restantes emblemas não possuem argumentos semelhantes aos de outros países em cenário mais ou menos semelhante. É normal que estejam mais frágeis num contexto nacional, em constantes movimentos iô-iô sem conseguir um crescimento sustentado ou sequer estabilizar numa zona da tabela ao longo de vários anos, e ainda mais quando se confrontam com as provas europeias.

Também parece inconcebível que os responsáveis da Liga valorizem o nosso campeonato ao lado de uma Big Five quando se aborda a questão da centralização dos direitos televisivos – o Santo Graal, cada vez mais um placebo do que a cura de todos os males – quando na realidade parecemos estar a cair abaixo de outras até aqui inferiores, embora mais espetaculares em campo e nas bancadas, e igualmente capazes de gerar talento, no equilíbrio de forças continental. Nesta altura, quem quer realmente lá fora, exceto os emigrantes, saber do nosso campeonato? Alguém?

Fonte: A Bola

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