A SASOL assinala 20 anos desde que iniciou as suas operações de pesquisa e extração de Gás Natural, em 2004, nas regiões de Pande e Temane, na Província de Inhambane, Sul de Moçambique.
Quando a Central Termoeléctrica de Temane (CTT) começar a operar, a electricidade gerada a partir dos campos de gás de Pande e Temane da Sasol em Moçambique aumentará significativamente, atingindo uma produção total de mais de 900 megawatts. Este aumento na produção de electricidade é um aspecto chave da estratégia de monetização do gás natural no País que está sendo conduzida pelas entidades da Sasol em Moçambique em parceria com o Governo.
Adicionalmente, o estabelecimento da primeira fábrica de GLP de Moçambique, com uma capacidade de produção anual de 30.000 toneladas, marcará um passo significativo na utilização dos recursos de gás natural para necessidades domésticas. A monetização dos recursos de gás natural é fundamental para impulsionar o crescimento industrial e criar novas oportunidades de emprego em Moçambique e na região.
“Sasol tem estado na lista dos maiores contribuintes de impostos no país…”, diz Ovídio Rodolfo, Director Geral da Sasol Moçambique
A Sasol, através da Sasol Petroleum Temane, Limitada, a operadora da licença PPA, está a contribuir para o desenvolvimento do País através dos impostos. Com particular realce para o ano financeiro de 2023, em que se destacou no topo da lista.
“Portanto, como podem saber, os impostos são a grande contribuição para aquilo que eu chamaria de Orçamento do Estado”, sublinhou.
Perspectiva-se que as contribuições da Sasol Petroleum Moçambique, Limitada, a operadora da licença PSA, igualmente aumentará ainda mais o impacto crescente da Sasol em Moçambique.
Com efeito, um dos grandes marcos que a Petroquímica sul-africana assinala como trunfo que simboliza a transformação económica e social que os seus investimentos estão a trazer para Moçambique, a Central Térmica de Temane, CTT, localizada no distrito de Inhassoro, província de Inhambane.
É a maior do País que vai utilizar gás natural, projectada para uma capacidade de produção de 450 MegaWatts, MW, partir das reservas de gás de Pande e Temane, durante um período de 25 anos, aumentando em cerca de 16% a capacidade instalada de produção de energia eléctrica no País.
A construção da central arrancou em Março de 2022 e inclui uma linha de transporte de energia com 563 quilómetros de extensão até à província de Maputo, com um custo estimado em 25,4 mil milhões de meticais equivalentes a 400 milhões de dólares americanos.
O empreendimento é um dos mais relevantes Mega Projectos de Moçambique na área de energia, nos últimos anos, com uma significativa contribuição para o compromisso de monetização do gás no País, em 60%, ao abrigo do Acordo de Partilha de Produção, Production Sharing Agreement, PSA, na sua designação em Inglês.
A CTT vai começa a funcionar no início de 2025 e será movida, portanto, a gás natural. A quantidade de energia a ser produzida com base neste recurso natural fornecido pela SASOL, a partir dos seus campos de Pande e Temane, vai passar para o dobro, ou seja 900 MW.
Trata-se de um potencial que vai contribuir para aproximar Moçambique nos esforços em curso para alargar o acesso à energia eléctrica a mais de 1,5 milhões de famílias até 2030, segundo metas fixadas pelo programa Governo no contexto das metas da ONU para o acesso universal à energia.
O Governo acredita que o aumento da disponibilidade de energia vai igualmente dinamizar a industrialização nacional e consolidação do papel de Moçambique como um centro de energia na África Austral.
O projecto PSA inclui a construção de infraestruturas que vão garantir a produção de 23 milhões de gigajoules de gás por ano, que deverão alimentar a Central Térmica de Temane, CTT, para a produção de 450MW de electricidade, assim como a Fábrica de GPL (Gás de Cozinha), que vai produzir 30.000 toneladas por ano, 75% da demanda de gás de cozinha em Moçambique, e, também, petróleo leve e gás excedente para exportação.
Numa estratégia de optimização de implementação dos Projectos de Gás de Temane, a Sasol implementou uma Infraestrutura de Gás Inicial, IGF (Initial Gás Facility), a qual foi concluída, em Julho de 2023.
Assim, mesmo enquanto o Projecto PSA segue com os trabalhos de construção, já se pode assegurar o fornecimento de Gás para a produção dos 450MW de electricidade, logo que a CTT estiver pronta, ate finais do presente ano.
O Director-Geral da SASOL, Ovídio Rodolfo, destacou isso mesmo na entrevista ao “Semanário Económico”, mesmo quando se debruçava sobre os impactos socioeconómicos dos projectos da Sasol desde que há 20 anos a petroquímica sul africana iniciou operações em Moçambique. Destacou o papel da Sasol no processo da transformação socioeconómica.
Ovídeo Rodolfo rebate a ideia ou percepções segundo as quais os megaprojetos do tipo da dimensão da Sasol poucas ligações económicas promovem e, ao contrário do que apregoam, tiram muito mais do que deixam como contributo, nas comunidades e, ou no país, em geral. Sem falar dos outros casos, diz que com a Sasol é muito diferente e avança com as evidências, desde a sua contribuição fiscal – um dos maiores contribuintes do País – destacou o Projecto PSA. Defendeu que está a ser determinante a contribuição da licença PPA, cujo gás já impacta na matriz energética nacional através do fornecimento, nos últimos anos, de gás que alimenta a central termoeléctrica de Maputo que produz cerca de 450 MW de electricidade.
“Se a gente só pegar no caso de concretização da central termoeléctrica de Maputo, temos esta zona baixa toda, temos as zonas de expansão de Maputo, se alguém se recorda, há uns 20 anos nós tínhamos problemas sérios de energia eléctrica, mas a cidade, a título de exemplo, cresceu mais de 30% e se nós nos perguntarmos porquê é que este problema já não existe… um dos elementos contribuintes para isso é a presença das operações da SASOL no sul do País”, disse Ovídio Rodolfo.
Segundo destacou, a energia ou eletricidade é um fator catalisador do desenvolvimento.
Rodolfo acrescentou que com energia geram-se factores multiplicadores, que foram possíveis graças a presença da Sasol, nos 20 últimos anos.
Acrescentou que a Sasol também canaliza gás natural para famílias e a indústria em Govuro, Inhassoro, Vilanculos, Matola, Maputo e Marracuene.
Ainda sobre os impactos da Sasol, Ovídio Rodolfo, traz uma outra dimensão relevante, que é aquela que incide directamente sobre o tecido empresarial local, ou seja, na vertente participação das pequenas e médias empresas na cadeia de valor do projecto.
“Assinamos, em 2020, o Plano de Conteúdo Local com o governo, onde temos metas claramente estabelecidas e temos pilares claramente definidos, que é a capacitação das pequenas e médias empresas para poderem participar em projectos desta natureza, aumento do número das empresas que participam neste negócio, financiamento, criação de condições de financiamento, transferência da tecnologia e capacitação”, disse.
Segundo explicou, estes cinco pilares foram claramente desenvolvidos com particular incidência nos últimos cinco anos, onde é visível a participação das pequenas e médias empresas na cadeia de valor, pelo menos nas actividades prestadas pela Sasol.
Adiantou ainda que esta capacitação não foi direcionada somente para servir a Sasol, mas sim para todos outros megaprojetos que se implantam, no País.
“Quero acreditar que tem tantos outros projectos em que estas mesmas empresas, passando por esta capacitação, que agora está na fase até da acreditação internacional, passam a reunir requisitos para prestar serviços em outros grandes projectos com exigências similares ou mesmo superiores em certos casos”, observou.
Disse que a Sasol gasta em média 50 milhões de dólares, com a contratação de serviços às pequenas e médias empresas locais
Deste valor, quando a Sasol iniciou as operações, em 2004, cerca de pouco mais de 20% é que eram os fornecedores locais, eram pequenas e médias empresas moçambicanas.
Actualmente, esta fotografia está completamente revertida. Portanto, cerca de não menos de 75% deste valor é absorvido ou gasto com as pequenas e médias empresas moçambicanas.
Inicialmente, dos 50 milhões de dólares, somente 0.5% destinava-se a fornecedores da província de Inhambane, com particular incidência para o norte de Inhambane, onde estão baseadas as operações da SASOL. Em termos de valores absolutos, a cifra corresponde a pouco menos de 500 mil dólares, que era gasto anualmente com as empresas sediadas naquela parcela do país. “Hoje, na província de Inhambane, nós temos aproximadamente, pouco mais de 10 milhões de dólares, que são gastos com as empresas sediadas naquela parte”, revelou.
Fonte: O Económico