“Polícia deve ser exemplar nas eleições que se avizinham”

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O Presidente da República desafia a Polícia a ter uma actuação exemplar durante as eleições gerais de 9 de Outubro. Filipe Nyusi falava, esta segunda-feira, no âmbito da saudação da PRM, por ocasião dos 49 anos da corporação, e depois de empossar o novo reitor da ACIPOL.Oficiais-generais do topo da Polícia estiveram na Presidência da República, esta segunda-feira, para uma saudação pela passagem dos 49 anos da criação da PRM.“Reafirmamos ainda a nossa prontidão em cumprir com zelo e responsabilidade a nossa missão de garantia da ordem, segurança e tranquilidade públicas aos moçambicanos, sem precondição. Sua Excelência, Presidente da República, comandante-chefe das Forças de Defesa e Segurança, nós, membros da PRM, estamos prontos a cumprir as orientações e instruções que irão sair nesta saudação e prometemos transformá-las em matrizes do cumprimento obrigatório”, disse Bernardino Rafael, comandante-geral da PRM.E as ordens não tardaram. Filipe Nyusi felicitou a PRM pela passagem da data, celebrada a 17 de Maio, mas também lançou, entre outros, o desafio de garantia da ordem e tranquilidade públicas face às eleições que se aproximam.“Como sempre nos habituaram, os moçambicanos esperam que este evento decorra num ambiente ordeiro de paz e harmonia, como resposta à franca e certeira actuação policial, que tem vislumbrado o respeito dos moçambicanos. Numa sociedade cosmopolita como a nossa, onde se encontram pessoas de diferentes raças, cores e etnias, diferentes religiões e inclinações partidárias, a postura da Polícia é fundamental para que diferenças de opinião ou de actuação sejam respeitadas e contribuam para enriquecer o tecido democrático”, disse o chefe de Estado.Por isso, disse Nyusi, a efeméride que se assinala deve servir para a introspecção, sobre o cumprimento das atribuições da Polícia.Ora, na mesma ocasião, o comandante-chefe das Forças de Defesa e Segurança, Filipe Nyusi, conferiu posse ao novo reitor da Academia de Ciências Policiais, ACIPOL, Custódio Zandamela. É general na reserva e docente na instituição que passa a dirigir.“Temos a plena certeza de que, pela sua vida e competência profissional, provada e comprovada, o reitor Zandamela será um elemento decisivo para o cumprimento exitoso da missão que lhe acabamos de conferir. O facto de conhecer bem a casa e a equipa que passará a dirigir permitirá uma mais fácil integração, bem como uma melhor compreensão dos desafios em presença e, consequentemente, a adopção de soluções adequadas ao contexto”.Mas não deixou de felicitar o que foi substituído, José de Jesus Mateus Pedro Mandra.“Ao seu antecessor, José Mandra, que dirigiu os destinos da ACIPOL nos últimos nove anos – por dever coincidiu com a minha presidência na governação – vão as nossas palavras de apreço. Foram momentos muito difíceis em que dirigiu a ACIPOL, e uma das coisas que me marcaram foi ter dirigido a instituição, no período da COVID-19, sem nenhum caso registado.”O recém-empossado reitor tem como um dos primeiros objectivos rever o currículo da Academia de Ciências Policiais, para, segundo defende, ter os oficiais lá formados em condições de combater os crimes actuais, que sofrem mutação a cada dia.“É necessário que haja um estudo desses fenómenos, e a Academia de Ciências Policiais deve, neste sentido, ter dupla missão. Por um lado, formar comandantes (…) para lutarem contra esses males sociais. Por outro lado, comparticipar, através de investigação e pesquisa, para encontrar as raízes mais profundas sobre algumas tipologias criminais.”Zandamela defende que é preciso reforçar, na actual geração da Polícia, os valores de patriotismo e comprometimento, para acabar com o envolvimento da Polícia em actos criminais. O novo reitor da ACIPOL substitui José Mandra, que deixa o cargo nove anos depois.“Como reitor, tenho, também, essa missão de criar, nas novas gerações de comandantes da Polícia, o espírito de bem servir, o espírito patriótico, ganhar a cultura do profissionalismo, ganhar as tradições criadas e desenvolvidas pelos fundadores da polícia.”

Fonte:O País

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