O Programa Mundial de Alimentos, PMA, anunciou na segunda-feira que teve acesso ao aeroporto internacional na capital haitiana, Porto Príncipe. A agência da ONU chegou ainda à área de Cite Soleil, após mais de dois meses de bloqueios.
Um comunicado destaca progressos na entrega de caminhões de alimentos para a comuna de Cite Soleil e ações para a retoma do uso do aeroporto para voos humanitários de passageiros e cargas.
Confrontos armados
Os confrontos violentos entre grupos armados fizeram com que há mais de dois meses a agência não tivesse acesso às áreas.
De acordo com o diretor nacional do PMA no Haiti, Jean-Martin Bauer, apesar de uma “situação de segurança excepcionalmente complexa”, a agência dá os primeiros passos importantes para colocar as cadeias de suprimentos humanitários de volta online e fornecer assistência aos bairros mais difíceis de Porto Príncipe.
O carregamento fretado com suprimentos médicos que foi concluído na quinta-feira marcou a primeira vez em que um avião de carga humanitária da ONU pousou em Porto Príncipe desde março.
A violência de gangues aumentou no Haiti desde o assassinato do presidente do país em 2021. Em março, a situação agravou após a invasão de gangues armadas a prisões em Porto Príncipe, culminando com a fuga de milhares de prisioneiros.
Merenda escolar
Mais de 2,5 mil pessoas morreram, ficaram feridas ou foram sequestradas devido à violência em curso no Haiti desde o início do ano.
O PMA anunciou ter ajudado 1 milhão de pessoas em todo o Haiti desde o início do ano, incluindo o fornecimento de merenda escolar para quase 394 mil crianças.
A agência da ONU também declarou ter distribuído mais de 1 milhão de refeições quentes para 108 mil deslocados vivendo em abrigos temporários.
De acordo com o PMA, o aumento do acesso da ajuda permitirá que mais assistência possa chegar às instalações portuárias de Porto Príncipe.
Bauer destaca que “sem acesso humanitário sustentado e a reabertura de rotas vitais de abastecimento, as pessoas correm o risco de enfrenta níveis ainda maiores de fome” no país caribenho.
Fonte: ONU