Técnico do Famalicão quer uma equipa de regresso aos bons resultados para dar alegrias à massa associativa; elogios ao trabalho da SAD; prevê dérbi equilibrado diante do Gil Vicente
Quando, amanhã, o relógio marcar as 15.30 horas, Armando Evangelista vai estar pela primeira vez sentado no banco de suplentes enquanto treinador do Famalicão.
O técnico, que sucedeu a João Pedro Sousa, vai estrear-se logo num dérbi minhoto, diante do Gil Vicente, e garante motivação total para uma entrada com o pé direito. O adversário merece elogios, mas o nome do Famalicão, salienta, também impõe respeito. E, como tal, a perspetiva é de um jogo equilibrado.
«São duas equipas que estão lado a lado na tabela classificativa e isso só por si demonstra o equilíbrio que pode advir deste jogo. O Gil Vicente tem sido forte em casa, onde tem conquistado muitos pontos, nós sabemos disso, mas nós temos de olhar para nós, para o que temos de fazer e com a convicção que podemos fazer um bom jogo. Do outro lado vai estar uma equipa com as mesmas caraterísticas e a olharem para o Famalicão com um fator motivacional», analisou, na conferência de Imprensa desta quinta-feira.
Com pouco tempo de trabalho em Vila Nova, Evangelista garante que não conseguiu mudar muita coisa, mas também adianta que, como é normal nestas situações, surgirão algumas mudanças. Mesmo que para trás tenha ficado um trabalho positivo do seu antecessor: «É óbvio que vão ter de existir novos métodos. Temos de aproveitar muito do que foi feito, e foi bem feito, há que o dizer. Mas há que acrescentar ideias novas, exigências novas, porque não pensamos todos da mesma forma.»
E o que pode, afinal, Armando Evangelista fazer em menos de dois meses? O que lhe foi pedido quando foi contratado? «Pretendemos melhorar, ter uma equipa consistente, com capacidade de reação à perda e com ambição de poder ganhar todos os jogos. Quando representamos um clube como o Famalicão, queremos acompanhar o crescimento do clube com resultados. A administração da SAD quer que a equipa acompanhe o que tem sido o crescimento do clube. Temos uma massa adepta apaixonada e exigente, que gosta de ter resultados e ver bons jogos, e a administração pede-me que a equipa tenha capacidade de agradar a quem aprecia um bom espetáculo e que tenha ambição. O Famalicão começa a ser olhado como um grande pelos adversários», salientou.
E para que o processo possa ter efeitos práticos o quanto antes, o técnico garante que a mensagem para o grupo é fundamental: «Os jogadores têm de sentir que são sempre importantes no processo, quer tenham 900 ou 9 minutos. É importante transmitir isso aos jogadores e fazê-los acreditar que são importantes dentro de um determinado papel que têm de desempenhar. Numa semana não se pode mudar tudo, porque existem ligações e princípios dos jogadores dentro do campo. Existirão alterações, como é óbvio, mas sempre dentro do que achamos que pode ser benéfico para a nossa forma de jogar.»
O novo homem da nau famalicense foi também desafiado a comentar a sua experiência anterior, ao serviço do Goiás, tendo falado em mais uma fase de aprendizagem que enriquece a carreira de treinador.
«Temos de olhar para todas as experiências como fatores de crescimento. Quer sejam elas positivas ou negativas. Só assim é que podemos evoluir. O Goiás foi mais um passo nesse sentido. Precisava de sair, de experimentar e fui conhecer uma nova realidade e com mentalidades diferentes. São aprendizagens que nos fazem crescer», concluiu Armando Evangelista.
Fonte: A Bola