Os preços do petróleo caíram pelo terceiro dia consecutivo, nesta quarta-feira, 01 de Maio, perante as crescentes esperanças de um acordo de cessar-fogo no Médio Oriente e o aumento dos inventários e da produção de crude nos Estados Unidos, o maior consumidor mundial de petróleo.
Os futuros do petróleo Brent para Julho caíram 70 centavos, ou 0,8%, para US$ 85,63 por barril, às 04:56 GMT. O petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA para Junho caiu 75 centavos, ou 0,9%, para US$ 81,18 por barril.
As expectativas de que um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas poderia estar à vista, na sequência de um impulso renovado liderado pelo Egipto para reavivar as negociações paralisadas entre os dois, empurrou os preços do petróleo para baixo.
“O potencial para um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas aliviou as preocupações de uma escalada do conflito e quaisquer possíveis interrupções no fornecimento”, disseram os analistas do ANZ numa nota nesta quarta-feira, 01 de Maio.
No entanto, o Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu na terça-feira, 30/04, avançar com um ataque há muito prometido à cidade de Rafah, no sul de Gaza, independentemente da resposta do Hamas às últimas propostas de cessação dos combates e de regresso dos reféns israelitas.
Os preços também foram pressionados pelo aumento dos inventários de petróleo bruto dos EUA e pelo aumento da oferta de petróleo bruto.
A produção dos EUA aumentou para 13,15 milhões de barris por dia (bpd) em Fevereiro, face a 12,58 milhões de bpd em Janeiro, o maior aumento mensal em cerca de 3-1/2 anos, informou a Administração da Informação sobre Energia na terça-feira, 30 de Abril.
“Os sinais contínuos de inflação também suscitaram preocupações quanto à procura de petróleo bruto. Isto acontece antes da época de condução nos EUA, onde a procura de gasolina aumenta fortemente”, disseram os analistas do ANZ.
Para evitar que o petróleo caia ainda mais, a produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) foi vista caindo em 100.000 bpd em Abril, para 26,49 milhões de bpd, segundo uma pesquisa da Reuters na terça-feira, 30/04.
A sondagem reflectiu a redução das exportações do Irão, Iraque e Nigéria, num contexto de cortes voluntários na oferta por parte de alguns membros acordados com a aliança OPEP+.
Fonte: O Económico
