António Oliveira volta ao Brasil: «Desafiante, fascinante, mas ao mesmo tempo emocionalmente desgastante»

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A BOLA esteve com o técnico do Corinthians antes da viagem

António Oliveira passou três dias em Portugal antes de regressar ao Brasil, onde está prestes a começar o Brasileirão com o Corinthians. Em exclusivo para A BOLA, falou dos objetivos e desejos para os desafios que se seguem.

 

Que sentimentos vão na bagagem antes do arranque do quinto Brasileirão, agora ao serviço do Corinthians?

Ora, antes de mais é um sentimento de orgulho. Quando nós chegamos a um patamar de exigência que se chama Corinthians, faz-me lembrar de como é que eu cheguei até aqui. Portanto, o que se trabalhou, por onde andámos, o conhecimento que fomos arrecadando, trabalhando com pessoas de grande exigência, de grande competência, também humana, e que hoje nos dão a possibilidade de poder ter bagagem para enfrentar estes desafios com enorme confiança e ambição.

Depois do estadual, que balanço é que fazes desta experiência no Corinthians?

É uma experiência ainda curta, como é evidente, portanto, as coisas aconteceram muito rápido. O trabalho é de pouco mais de um mês, portanto, é evidente que os primeiros tempos são muito positivos, só que isto não é como começa é como termina. Nós queremos continuar nesta senda vitoriosa e cada vez mais consolidar-me como um do bando de loucos e voltar a colocar o Corinthians no lugar onde merece.

 

Este plantel do Corinthians, dá garantias que o Brasileirão do Corinthians será à altura da dimensão do clube?

O plantel do Corinthians é de grande qualidade e para representarem este grande clube, só gente de grande capacidade técnica, tática, mas também profissional e humana, que felizmente tenho ao meu dispor. Queremos resgatar o melhor deles, porque eles não tinham desaprendido. Foi resgatar a confiança, e voltar a vê-los jogar bem e a ter prazer por aquilo que fazem. Enquanto treinador satisfaz-me porque é gente de grande caráter, de grande profissionalismo, com vontade enorme de aprender, de crescer e evoluir. Eles têm transportado isso durante a semana, mas depois também nos dias de jogos, e os resultados têm sido satisfatórios. Mas, isto não é como começa, é como termina, e nós queremos terminar bem.

Como é que está a ser este duelo dos portugueses, por exemplo, com o Abel Ferreira?

Tem sido bastante desafiante, aliciante, um orgulho poder defrontar gente que representa da melhor forma o nosso país e à nossa classe, com profissionalismo, com competência e com títulos. Aconteceu com o Jorge Jesus, com o Abel e até connosco porque ter duas permanências e uma sul-americana ao serviço do Cuiabá, para nós também é um título. Já somos velhos na praça, digamos assim, eu e o Abel, portanto, já nos defrontámos enquanto eu estava no At. Paranaense, enquanto estive no Cuiabá, e agora também já tivemos a oportunidade de nos defrontarmos no Corinthians. Vamos defrontar-nos mais vezes e é sinal de que o trabalho tem sido bem feito, porque ao final de quatro anos ainda continuamos no mesmo país, a sermos reconhecidos profissionalmente e também de forma humana. O Pedro Caixinha fez, e continua a fazer, um excelente trabalho dentro de um projeto que é um projeto estável. Fico feliz por ver o sucesso do Pedro e do Abel, mas é sinal de que vamos conseguindo alcançar resultados numa cultura desportiva bastante agressiva. Como eu digo sempre, é muito desafiante, é fascinante, mas ao mesmo tempo é emocionalmente desgastante.

Nesse emocionalmente desgastante, no último jogo houve polémica relativamente à arbitragem.

Na Copa do Brasil, nestas fases iniciais, mais prematuras, existe mesmo essa ausência do VAR, e o VAR existe mesmo como uma ferramenta para auxiliar as decisões melhores dos árbitros. Mas, eles também já me conhecem, e eu já disse em várias coletivas, que não gostaria de ser árbitro. Acho uma função extremamente desafiante, mas ao mesmo tempo eles também são responsáveis pela saúde do jogo. É evidente que eu já disse que é a minha forma apaixonada de viver o jogo. Eu sou assim e não vou mudar. Nunca vou deixar de ser eu e de viver os jogos da forma que eu acho, que é a maneira de eu estar envolvido também na competição e no jogo.

Fonte: A Bola

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