Barcelona-PSG na Catalunha faz recordar a «remontada» épica de 2017. Embora sem a mesma grandeza, os parisienses vingaram-se dos catalães com uma cambalhota na eliminatória em pleno Montjuic sem qualquer tipo de contestação.
A noite até começou da melhor maneira para o Barça, que aumentou a vantagem nos quartos de final bem cedo, mas a expulsão infantil de Ronald Araújo retirou competitividade à equipa e estendeu a passadeira à vitória, por 4-1, dos franceses.
Os treinadores não surpreenderam na abordagem ao jogo. O Barcelona apresentou-se com João Cancelo de início – deu o lugar a Félix aos 82 minutos – e Pedri foi titular no meio-campo. Já Luis Enrique, colocou Hakimi na direita, deu a Vitinha a companhia de Zaire-Emery no miolo e ainda apostou na irreverência de Bradley Barcola.
O PSG teve uma entrada autoritária na partida, a exercer pressão alta sobre o Barcelona e mais intenso do que os catalães. Contudo, ainda antes do primeiro quarto de hora, os parisienses ficaram com uma desvantagem de dois golos.
O jovem Lamine Yamal foi para cima de Nuno Mendes, acelerou e ultrapassou o lateral português com relativa facilidade, entrou na área e cruzou para o desvio de Raphinha (12m), que já tinha sido o herói da primeira mão.
Com uma vantagem confortável na eliminatória, só os erros poderiam permitir que o Barça a deixasse fugir. E assim aconteceu.
Em cima da meia-hora de jogo, depois de uma recuperação de Nuno Mendes em zona adiantada, Barcola ficou isolado, mas foi carregado nas costas por Ronald Araújo, que recebeu, de imediato, ordem de expulsão.
A partir de então, o PSG tornou-se ainda mais perigoso e começou a criar várias ocasiões perante um Barça que não conseguia ligar-se para o ataque. Xavi tirou Lamine Yamal para fazer entrar Iñigo Martínez e a equipa perdeu rapidez e capacidade de transportar a bola.
Ainda antes do intervalo, os parisienses chegaram, justamente, ao golo. Ousmane Dembélé estava a ter muitas dificuldades para ultrapassar Cancelo e era assobiado sempre que recebia a bola, mas, aos 40 minutos, calou o Montjuic.
Vitinha temporizou diante da linha defensiva dos catalães, libertou a bola na esquerda para Barcola e o avançado cruzou para o desvio de Dembélé.
A toada na segunda parte manteve-se e o PSG não demorou a empatar a eliminatória.
Aos 54 minutos, Vitinha, o grande pensador do jogo dos franceses, ficou esquecido no corredor central na sequência de um pontapé de canto batido à maneira curta e rematou para o 2-1.
Estava feita a reviravolta no marcador, mas a equipa de Luis Enrique continuou em busca de dar a volta à eliminatória, o que conseguiu sete minutos depois, fruto de um erro de Cancelo.
Se, na primeira parte, o lateral português conseguiu travar Dembélé, desta feita foi na «cantiga» do francês e derrubou-o na grande área. A castigar a falta, Kylian Mbappé, de penálti, colocou o PSG na frente da eliminatória.
Por esta altura, Xavi já nem sequer estava em campo. O treinador espanhol, ainda antes da hora de jogo, ficou furioso com as decisões da equipa de arbitragem e pontapeou um placar publicitário, tendo recebido ordem de expulsão.
Na reta final, viu-se um Barça diferente, a tentar empatar a eliminatória e levar o jogo para prolongamento. Mas os «blaugrana» ficaram partidos e deixaram muito espaço nas costas. Em contra-ataque, o PSG fechou as contas.
Mbappé surgiu na cara de Ter Stegen, ainda permitiu a defesa e o alemão travou a recarga de Asensio, mas já não conseguiu parar o segundo remate de Mbappé, que encaminhou a quarta meia-final da Champions ao PSG – segue-se o Borussia Dortmund.
Fonte: Mais Futebol