Com forma de travar a prática ilegal e desenvolver a economia local e não só, o Presidente do Conselho Empresarial de Manica – CPE, Alcides Cintura, defende a necessidade da instalação de uma refinaria.
“Se pensamos assim e materializarmos esta ideia de criar uma refinaria de ouro, teremos um sector mineiro mais organizado. Havemos de desenvolver porque serão criadas condições de empregabilidade. Serão empregues muitos cidadãos e dinamizaremos a cadeia de valor dos recursos minerais”, disse Cintura há dias, em Chimoio, durante um seminário para avaliação e desafios para o sector mineiro, na província de Manica.
Referiu que a refinaria de ouro abrirá mais oportunidade de emprego, principalmente para a juventude e, consequentemente, incrementar os níveis de arrecadação de receitas para o Estado.
“Os ganhos não seriam apenas para a população ou mesmo as pessoas que serão empregadas neste sector, mas também para o Estado porque as empresas vão contribuir para o aumento das receitas internas”, acrescentou.
“Portanto, desta forma estaremos a organizar a nossa economia e colectar mais receitas para o Estado” vincou Cintura.
Reconheceu que a província está a registar muitos ganhos nos últimos tempos, com a existência de cooperativas de mineração.
Porém, considera não ser suficiente porque a exploração dos recursos minerais ainda é feita clandestinamente. Por isso, impõe-se melhorar a organização para trazer mais ganhos para o sector, a província e o país.
Segundo Cintura, “a economia pode crescer se realmente estivermos comprometidos com esta causa. Apostarmos numa exploração dos recursos minerais de forma racional e mais organizada”.
“O ouro existente em Manica constitui uma cadeia de valor que se for bem explorado pode contribuir para alargar a base tributária do país. É um sector que deve ser muito cuidado e com cooperativas muito bem organizadas onde teremos o controlo da produção”, disse.
A exploração de recursos minerais na província de Manica é largamente feita usando técnicas artesanais.
Existe um número muito reduzido de empresas activas e em actividade na província, embora haja muitas licenciadas.
O garimpo ilegal é predominante em quase todos os distritos com a ocorrência de ouro que atrai cidadãos nacionais e estrangeiros, na sua maioria jovens que, usando técnicas nocivas ao meio ambiente fazem a exploração do ouro.
Muitas vezes, o produto é vendido fora do circuito normal sem qualquer tipo de tributação.
Existem em Manica, 10 associações, 20 empresas e mais de oito mil mineradores artesanais que se dedicam à extracção de ouro.
A produção média é de 700 quilogramas de ouro por ano em toda a província de Manica.
Fonte: O Económico