Arsenal-FC Porto, 1-0 (4-2 g.p.) Lutar até ao limite e cair como um gigante: a crónica do adeus do dragão à Champions

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FC Porto sai da Europa pela porta grande; Equipa nunca foi inferior ao poderoso Arsenal; Outra eliminação nos penáltis. Já parece sina

O FC Porto caiu como um gigante. Estatuto que detém há muitos e muitos anos na Europa e que mais uma vez demonstrou em Inglaterra. Na casa do líder da Premier League o dragão vincou mais uma vez a sua personalidade. Foi forte, adulto e coeso. Foi solidário e personalizado.

O adeus à Liga dos Campeões foi, claro, doloroso. O FC Porto falhou no último momento, onde tudo se decide. Os ingleses não tremeram da marca de 11 metros e Wendell e Galeno acabaram por acusar a pressão.

Depois da vantagem mínima alcançada no Dragão, a equipa de Sérgio Conceição surgiu no Emirates a repetir a fórmula da primeira mão. Um conjunto consciente das mais-valias do Arsenal e preparado para as anular. Se bem o pensou o treinador portista, melhor o interpretaram os jogadores. O FC Porto nunca se encolheu, puxou dos galões de um velho senhor europeu e desde o apito inicial disse aos ingleses que estava ali para discutir a qualificação para os quartos de final.

Liderados pelo eterno Pepe, os dragões nunca se intimidaram e controlaram muito bem o jogo de passe curto e progressão com bola do Arsenal, nunca permitindo ao adversário jogar próximo da baliza de Diogo Costa. Uma equipa muito unida, coesa, que soube sempre o que fazer em cada momento do jogo. O Arsenal, no seu futebol rendilhado, de muitos toques, mostrava-se paciente na procura de uma brecha na defensiva azul e branca, mas raramente o conseguiu.

Com Alan Varela e Nico González bem posicionados à frente do quarteto defensivo, o Arsenal pouco mais vez conseguia do que circular a bola no seu meio-campo. Conseguiu-o apenas em duas ocasiões na primeira parte, pelos dois jogadores mais criativos e desequilibradores: Saka e Odegaard. Na primeira, Diogo Costa travou a iniciativa do talentoso inglês, na segunda a genialidade do norueguês deixou Trossard liberto para marcar e deixar tudo empatado na eliminatória.

O FC Porto não acusou o golo e surgiu na segunda parte novamente sólido, coeso e sempre sereno. Otávio crescia na defesa e os ingleses sentiam cada vez mais dificuldades para impor o seu futebol. Os dragões não se deixavam encurralar, embora tivessem sempre sentido dificuldades para incomodar Raya. Evanilson teve uma boa oportunidade, ainda na fase inicial (20’) mas o espanhol respondeu à altura. A primeira preocupação foi sempre a equipa não se desposicionar e por isso a equipa atacou sempre com poucos. A estratégia passava por entregar a bola a Francisco Conceição ou Galeno mas os extremos raramente tiveram apoio e sozinhos sentiram muitos dificuldades para ameaçar o último reduto inglês – Raya segurou remate de Francisco Conceição no lance mais perigoso dos dragões (70’), isto apesar do esforço de Pepê em tentar ligar a equipa a toda e qualquer oportunidade.

Ninguém queria arriscar, tanto que a primeira substituição só surgiu aos 81 minutos, com Gabriel Jesus a substituir Jorginho. Arteta arriscou um bocadinho e quase que era premiado de imediato. Valeu Diogo Costa que numa mancha perfeita negou o golo ao internacional brasileiro. Respondeu Sérgio Conceição, fazendo entrar Jorge Sánchez e Taremi, fechando o corredor direito e refrescando o ataque.

O dragão não ficou mais perigoso no ataque com as alterações – Gonçalo Borges entrou já no prolongamento -, é um facto, mas estas tiveram o mérito de esconder o cansaço, com o músculo de Grujic e Eustáquio a equilibrar as forças a meio-campo. O FC Porto manteve-se sempre organizado, mesmo quando Arteta começou a refrescar a equipa, e passou o prolongamento quase incólume. Tudo se decidiu nos penáltis e aí os ingleses foram irrepreensíveis, não dando hipóteses ao especialista Diogo Costa. Já Wendell e Galeno, ambos chamados à canarinha, falharam. Desde 2010 e pela oitava vez consecutiva os dragões perderam no desempate. Parece sina.

Fonte: A Bola

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