VAR preponderante no dérbi
Fábio Veríssimo dirigiu o Sporting-Benfica que se jogou em Alvalade. A liderar a equipa de vídeo arbitragem esteve o portuense Fábio Melo.
Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
8′ Pedro Gonçalves, com a bola à mercê, direcionou a sua perna direita para o lado, para a trajetória de corrida de João Neves. O contacto – absolutamente evidente – não resultou de ação faltosa do médio encarnado, mas daquela opção do avançado do Sporting. Este é um lance típico, em que o jogador que tem a bola à sua disposição escolhe deslocar a perna lateralmente, para zona onde o adversário vem a correr, promovendo assim contacto inevitável.
9′ Golo do Sporting marcado por Pedro Gonçalves, após cruzamento da direita de Hjulmand. O avançado do Sporting estava em posição legal. Esteve bem o árbitro assistente ao validar a jogada.
31′ Amarelo bem exibido a Otamendi, não pelo braço na bola como indicou o árbitro (surgiu de ressalto), mas pela rasteira no instante anterior que de facto derrubou Gyokeres, impedindo-o de prosseguir ataque prometedor.
33′ Hjulmand foi bem advertido após entrada francamente negligente às pernas de Kokçu. Decisão correta do leiriense.
38′ Coates entrou em carrinho deslizante, tocando na bola e tirando-a antes que João Neves chegasse ao lance. A abordagem do central uruguaio (na área do Sporting) foi arriscada mas totalmente legal. Esteve bem o árbitro ao nada assinalar.
41′ Di María, em queda e com evidente reação de frustração, levantou a perna esquerda para promover contacto desnecessário com Matheus Reis. A atitude provocatória do avançado argentino foi claramente antidesportiva e, a ser vista por Fábio Veríssimo (muito difícil na circunstância), devia ter valido advertência.
47′ Lance que elucida bem a importância do VAR ao serviço do futebol: Marcus Edwards simulou falta dentro da área encarnada, ludibriando totalmente o árbitro, que momentaneamente assinalou pontapé de penálti para o Sporting. O próprio jogador inglês parece ter reconhecido de imediato que não sofreu falta de Otamendi. O lance foi “salvo” pelo vídeo árbitro – seria sempre, perante aquela evidência – mas por outro motivo: é que, no início da jogada, Gyokeres estava mais de um metro em posição irregular sem que o árbitro assistente a assinalasse.
68′ Golo do Benfica: no momento do cruzamento da esquerda de Di Maria, Tengstedt estava em posição de fora de jogo no centro da área, mas não tocou na bola nem impactou ativamente na ação defensiva dos defesas ou guarda-redes adversário. Aursnes estava em jogo. Esteve muito bem o árbitro assistente ao validar o lance.
74′ Nova excelente intervenção do VAR, em lance que só será “polémico” por tratar-se de golo marcado em momento especial de um jogo sempre emotivo: quando Di María rematou, Tengstedt estava (novamente) em posição de fora de jogo, na zona frontal e perto de Franco Israel. O avançado dinamarquês cruzou o caminho do guarda-redes adversário (de dentro para fora), impedindo-o momentaneamente de ver a jogada.
Percebam: não é apenas o remate que tem que ser visto, é toda a trajetória da bola até à baliza. Além disso, a presença de um jogador tão próximo que não podia interferir de modo algum no lance (o avançado encarnado até se desviou para não ser atingido pela bola), acaba sempre por impactar na reação, concentração ou abordagem ao lance do adversário. Fora de jogo indiscutível.
75′ Papéis invertidos: entrada a destempo e francamente negligente de Kokçu às pernas de Hjulmand foi bem sancionada com advertência.
78′ Rafa foi advertido por protestos, na sequência de decisão demorada do árbitro assistente.
90+3′ Golo bem anulado a Nuno Santos: quando a bola foi cruzada, Paulinho estava em posição irregular e tomou parte ativa na jogada quando disputou lance aéreo com Arthur Cabral. Nova decisão indiscutível, esta sinalizada em campo.
Fonte: A Bola