O Fundo de Consolidação da Paz das Nações Unidas atribuiu mais de US$ 200 milhões a projetos implementados em 36 países e territórios em 2023, incluindo para o empoderamento de mulheres e jovens.
Em relatório lançado esta terça-feira, em Nova Iorque, o secretário-geral, António Guterres, enfatiza que no atual “momento de intensificação e propagação de crises, a busca de apoio para a consolidação da paz continua superando a oferta”.
Investir na paz sustentável
Para o líder das Nações Unidas, “as guerras que hoje estão nas manchetes apenas sublinham a necessidade de investir agora numa paz sustentável para amanhã”.
A publicação sublinha que entre janeiro e dezembro, o Fundo de Consolidação da Paz injetou fundos para 93 novos projetos. As áreas cobertas incluem justiça de transição, prevenção da violência eleitoral, gestão de conflitos de recursos naturais e desmobilização, desarmamento e reintegração de ex-combatentes.
Em Angola e na República Democrática do Congo, os fundos aplicados pela Organização Internacional para as Migrações, OIM, e a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, diminuíram os movimentos fronteiriços não regulamentados.
No final do projeto, 61%das pessoas vivendo em torno dos postos fronteiriços de Kamako, província de Lunda Norte, revelaram que o diálogo e os mecanismos locais de resolução de conflitos tinham melhorado as relações intercomunitárias.
Avanços na igualdade de gênero e no empoderamento das mulheres
O investimento do Fundo de Consolidação da Paz das Nações Unidas também acontece na Guiné-Bissau com operações executadas por várias agências da ONU e parceiros.
De uma forma global, cerca de 47,3% do montante aprovado pelo fundo destinou-se diretamente a apoiar avanços na igualdade de gênero e no empoderamento das mulheres. A meta de 30% foi superada pelo sétimo ano consecutivo.
Noutros exemplos, a República Centro-Africana viu crescer o envolvimento dos jovens na mediação local. O resultando foram “interações positivas entre as comunidades de agricultores e pastores” durante os dois anos da iniciativa.
Na Colômbia, a ação da Organização Internacional do Trabalho, OIT, do Fundo de População da ONU, Unfpa, e do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, apoiou o empoderamento dos jovens em comunidades afrodescendentes afetadas pela violência e estigmatização.
Queda de contribuições
Um grupo de 2.483 adolescentes e jovens no leste colombiano idealizou e implementou iniciativas locais para a resolução pacífica de conflitos e prevenção da violência baseada no gênero em 90% dos locais de cobertura.
As parcerias foram feitas com governos locais da Colômbia, meios de comunicação social, universidades, sindicatos e o setor privado.
No Sudão do Sul, o envolvimento da sociedade civil para combater a discriminação de gênero fez chegar ações de sensibilização a 710 beneficiarias para o reforço de capacidades, dos recursos e do acesso ao apoio de saúde mental.
O relatório destaca ainda uma queda de contribuições em 22% em comparação com o ano anterior. A ONU enfatiza que é preciso que os Estados-membros apoiem a atuação para a consolidação da paz.
Fonte: ONU