Cerca de um milhão de crianças etíopes vão sofrer de desnutrição aguda este ano e cerca de 350.000 mulheres grávidas e ou fase de amamentação também se vão debater com desnutrição, de acordo com o UNICEF. O director daquela instituição das Nações Unidas pede aumento do apoio face ao fenómeno el niño que está a criar fome sem precedentes.
A seca provocada pelo fenómeno meteorológico El Niño, que atingiu o norte, o centro e o sul da Etiópia, está a ter um impacto devastador para a população naquela região. Cerca de um milhão de crianças e mais de 300.000 mulheres grávidas e lactantes poderão sofrer de desnutrição aguda este ano.
Em visita a uma das zonas mais afectadas pela seca em Tigray, no norte, onde as taxas de subnutrição ultrapassaram o momento inicial de emergência, o director do Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF, Ted Chaiban, instou a comunidade internacional a aumentar imediatamente o seu apoio às crianças e famílias, para evitar que a catástrofe humanitária seja piore.
“A Etiópia está a enfrentar múltiplas crises e as necessidades estão a ultrapassar a nossa resposta. Esta é uma região onde os mecanismos de sobrevivência das famílias se esgotaram. Para complicar ainda mais a situação, está a decorrer uma emergência de saúde pública em todo o país, com surtos de cólera, sarampo, dengue e malária. Estas doenças são mortais para as crianças, mas são facilmente evitáveis. Se agirmos agora, podemos salvar a vida de milhões de crianças. Precisamos de recursos para podermos aumentar a nossa resposta humanitária” afirmou.
O UNICEF, em colaboração com o Governo etíope e outros parceiros, está a fornecer apoio nutricional, água potável, imunização de rotina, educação e serviços de proteção infantil. Porém, o conflito naquele país que dura desde 2020 devido a várias razões, incluindo disputas étnicas, dificulta que a organização consiga chegar a todas as crianças necessitadas e comunidades vulneráveis.
Fonte:O País