De volta dos mortos: Costa do Marfim à beira de um sucesso inacreditável na CAN

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O gol de Sebastien Haller foi suficiente para dar à nação anfitriã uma vitória por 1 a 0 sobre a RD Congo, no Estádio Olímpico Ebimpe e, preparar uma final no mesmo local, contra a Nigéria.

Assim como há cinco anos no Egito – quando a Argélia venceu Senegal por 1 a 0 na fase de grupos e fez o mesmo para ganhar o título – a final da CAN será disputada entre duas equipes que se enfrentaram na fase de grupos.

A Costa do Marfim perdeu por 1 a 0 para os nigerianos em Abidjan, em 18 de janeiro, e seguiu com uma derrota dolorosa por 4 a 0 para a Guiné Equatorial, quatro dias depois. Foi a derrota em casa mais pesada da história deles e os tornou os primeiros anfitriões da Copa das Nações a perderem dois jogos na fase de grupos, desde os próprios marfinenses em 1984.

O treinador Jean-Louis Gasset foi demitido, e a equipe aguardou para saber se permaneceria na competição, graças a outros resultados. No final, eles se classificaram por pouco como a última das quatro melhores equipes terceiras colocadas, salva porque Gana marcou dois gols nos acréscimos, para empatar com Moçambique em sua última partida do grupo.

Emerse Fae, ex-meio-campista dos Elefantes, que nunca havia treinado uma equipe antes, assumiu interinamente, somente após uma tentativa audaciosa e, mau sucedida, de contratar o treinador campeão da CAN em 2015, Hervé Renard. Fae supervisionou uma reviravolta incrível.

“Depois da humilhação contra a Guinea Equatorial, nos olhamos no espelho e dissemos o que precisava ser dito”, admitiu o meio-campista Franck Kessie. “Vimos que não podíamos fazer pior”, disse.

Eles eliminaram o Senegal nos pênaltis, nas oitavas de final, depois de serem salvos por um pênalti tardio de Kessie, no tempo normal. Em seguida, venceram Mali nas quartas de final,  por 2 a 1 – na prorrogação, apesar de jogarem a maior parte do tempo, com apenas 10 atletas.

“Não somos invencíveis, mas é nossa mentalidade”, disse Simon Adingra, o vibrante ponta do Brighton and Hove Albion, à emissora ´Canal Plus Afrique´. “Estávamos fora do torneio e depois fomos reintegrados, então agora não podemos cometer mais erros. Como dizemos aqui, já estamos mortos, então não podemos morrer duas vezes”, afirmou.

A espera de se tornarem o primeiro país anfitrião a levantar o troféu, desde o Egito em 2006.

Naquela ocasião, foi a Costa do Marfim que perdeu a final nos pênaltis para os Faraós, com Fae na equipe, ao lado de Didier Drogba e dos irmãos Touré. Fae, que completou 40 anos no dia em que assumiu o comando da equipe, merece crédito imenso pelo trabalho feito em tão pouco tempo.

Nascido na França, de pais marfinenses, ele jogou a maior parte de sua carreira como meio-campo no Nantes e no Nice, embora tenha tido uma breve passagem na Premier League inglesa no Reading. No entanto, problemas com flebite o fizeram parar de jogar, aos 28 anos.

Fae já desfrutou de sucesso em nível internacional – jogou ao lado de Florent Sinama Pongolle e Anthony Le Tallec na equipe francesa que venceu a Copa do Mundo Sub-17 em 2001, derrotando a Nigéria na final.

Agora, ele espera superar os nigerianos novamente e conquistar a terceira coroa da Copa das Nações, para a Costa do Marfim. “É uma bela final. Isso nos dá a chance de vingar nossa derrota na fase de grupos”, disse ao ´Canal Plus Afrique´.

“Como jogador, venci a Copa do Mundo Sub-17 após perder o primeiro jogo contra a Nigéria e depois derrotá-los na final, então talvez isso seja um sinal”, concluiu. 

Fonte: Besoccer

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