As escolas em Nampula estão a dispensar os alunos com sinais de conjuntivite para evitar que a doença se propague e saia do controlo. Passam-se duas semanas depois de se ter diagnosticado o primeiro caso de conjuntivite hemorrágica na província de Nampula. O número de casos subiu para mais de mil em poucos dias, por isso é já considerado um surto.
Trata-se de uma doença que afecta a vista e é transmitida através de um vírus. As escolas constituem um dos pontos de maior preocupação, por concentrarem muitos alunos e professores.
Na semana passada, uma equipa de saúde escalou a Escola Secundária de Nampula, no centro da cidade, fez um rastreio junto dos alunos, professores e pessoal administrativo, tendo sido confirmados alguns casos em alunos e numa funcionária administrativa. “Conseguimos detectar, nalgumas salas, alguns alunos que portavam esta doença. Imediatamente, foram retirados do recinto escolar, e a orientação foi para irem à unidade sanitária mais próxima e, depois de cumprirem todo o tratamento, trazerem um comprovativo para justificar as faltas e realizarem alguma prova, se tiverem perdido”, explicou à nossa reportagem Albertino Luís, director da Escola Secundária de Nampula.
A escola em referência tem mais de 9 mil alunos, da 7ª à 12ª classe.
Na Escola Secundária 12 de Outubro, na periferia da cidade, ainda não estiveram lá técnicos de saúde, mas, devido à informação que circula nas redes sociais e veiculada pelos órgãos de informação, a direcção pedagógica está, de forma proactiva, a aplicar medidas restritivas para os alunos com sinais de conjuntivite, tal como fez saber o adjunto pedagógico Adelino Agostinho.
“Aconselhamos a criança a voltar à casa e a dirigir-se a um posto médico”.
Os alunos têm uma informação básica sobre a doença, mas alguns acreditam que basta pôr óculos escuros para evitar a transmissão, o que não constitui a verdade.
“Costumamos controlar-nos, colocando óculos para não nos contaminarmos”, entende Armando Mateus, aluno da Escola Secundária 12 de Outubro. A médica oftalmologista Marta Abudo reforça a necessidade de isolamento das crianças com conjuntivite hemorrágica. “Os pais, ao verem que a criança tem o olho vermelho, não devem levar a criança para a escola. A criança deve ficar em casa, claro que também implica levar ao hospital para depois ficarem em casa”.
O tratamento médico é importante também para cortar o ciclo de propagação que é muito rápido, tratando-se de uma doença viral.
Fonte:O País