Condições das empresas melhoram pela primeira vez em cinco meses – PMI do Standard Bank Moçambique

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Os dados do mais recente inquérito PMI indicaram que a economia do sector privado de Moçambique voltou a crescer durante o mês de Fevereiro, com as condições das empresas a fortalecerem-se pela primeira vez desde Setembro do ano passado. O aumento, confirma o estudo, seguiu-se ao pior desempenho do sector dos últimos dois anos, verificado em Janeiro, apoiado por um novo período de expansão em diversas áreas, incluindo actividade, vendas, aquisições e contratação de pessoal.

Os volumes crescentes de novos negócios resultaram, assim, num certo grau de pressão sobre a capacidade, uma vez que as encomendas em atraso aumentaram pela primeira vez num ano. Entretanto, maiores esforços de contratação contribuíram para o aumento dos custos dos meios de produção, à medida que as empresas indicaram que se viram obrigadas a aumentar os salários do pessoal.

Em Fevereiro, o principal indicador do PMI assistiu a uma subida de quase três pontos, aumentando de 47,8 em Janeiro ‒ o valor mais baixo dos últimos dois anos ‒ para 50,7, ficando acima do valor neutro de 50,0 pela primeira vez em cinco meses. O indicador registou uma ligeira melhoria na saúde da economia do sector privado.

As empresas moçambicanas assinalaram, sobretudo, um novo crescimento da actividade e de novas encomendas em Fevereiro, terminando sequências de declínio de três e dois meses, respectivamente. Além disso, as taxas de crescimento foram as mais fortes desde Julho do ano passado, num contexto de maior número de clientes, maior procura, mais aquisições de meios de produção e produtividade mais elevada. As expansões estenderam-se a praticamente todos os sectores, sendo que apenas a construção registou contracções na produção e nas vendas.

Após a queda para o nível mais baixo dos últimos quatro meses no início de 2024, a confiança das empresas subiu ligeiramente em Fevereiro, destacando um grande optimismo relativamente à produção ao longo dos próximos 12 meses. De modo geral, as empresas inquiridas prevêem que o crescimento sustentado das vendas, o aumento da produtividade e os planos de expansão irão apoiar a actividade.

Fáusio   Mussá,  Economista-Chefe do Standard Bank Moçambique, comentou as informações geradoas pelo PMI, nos seguintes termos:

“Em Fevereiro, o PMI do Standard Bank – Moçambique aumentou para 50,7,  o pico dos últimos sete meses, acima dos 47,8 registados em Janeiro, depois de ter permanecido abaixo do valor de 50 desde Novembro. Com a excepção dos prazos de entrega dos fornecedores, que foram reduzidos, e dos stocks de aquisições, que diminuíram, os restantes subíndices registaram um aumento e permaneceram acima do valor neutro de 50,0.

Os resultados do PMI de Fevereiro assinalaram um crescimento da produção em todos os sectores de actividade económica, excepto na construção, que registou uma contracção tanto na produção como nas vendas. Foi notória a criação de postos de trabalho em todos os sectores, liderados pela agricultura.

O PMI indicou igualmente  um  aumento da confiança das empresas, conforme apresentado pelo subíndice de expectativas futuras, reflectindo, muito provavelmente, a perspectiva de um novo alívio na política monetária, após o corte de 75  pontos base (p.b.) na taxa de juro directora para 16,5% pelo Banco de Moçambique (BdM) em Janeiro, assim como as expectativas de retoma do investimento nos projectos de gás  natural  liquefeito  (GNL)  em Cabo Delgado, apesar dos relatos da persistência de incidentes de segurança nesta província.

Mantemos a nossa previsão de alívio prudente da política monetária este ano, o que implica que as condições de financiamento permanecerão restritivas. A diminuição dos efeitos de base favoráveis, uma vez que a produção de GNL na plataforma Coral Sul atingiu o nível nominal de capacidade, assim como as pressões persistentes da dívida pública interna e a oferta intermitente de divisas estão na base das nossas previsões de desaceleração do crescimento do PIB para 4,6% em termos homólogos este ano e 3,8% em 2025, em comparação com os 5% observados em 2023.”

Fonte: O Económico

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