Carlo Ancelotti acredita que as escolhas e os pensamentos de Xavi Hernández, que foi seu rival por dois anos no Barcelona, devem ser respeitados. O técnico do Barça, após a derrota para o Villarreal na Liga, considerou que era o momento ideal para anunciar que deixará o cargo no final da temporada. Perguntaram a seu colega do Real Madrid sobre isso, antes do jogo adiado com o Getafe pela rodada 20, e ele se mostrou respeitoso, como sempre.
“Sua decisão? Eu entendo. Como eu disse, respeito suas escolhas e seus pensamentos. Isso é tudo, não quero comparações. Temos um trabalho fantástico, com pressão, é normal. Eu respeito a todos, suas palavras e pensamentos. Seja Xavi ou quem for”, defendeu o estrategista, que venceu o de Terrassa, na final da Supercopa da Espanha.
Sobre o confronto com a equipe de José Bordalás, analisou: “Crucial, muito difícil, mas a equipe está bem e iremos planejar um grande jogo. Somos sólidos, jogamos um bom futebol, somos contundentes. Será um jogo exigente, mas temos a confiança intacta. É crucial, repito”, afirmou. “Como evitar ter que buscar a virada? Marcar primeiro, isso seria bom. Mas, como disse, se tivermos que buscar a virada, significa que temos recursos”, acrescentou ainda.
Sobre se gostaria que Luka Modric renovasse seu contrato, respondeu: “Ele é uma lenda deste clube. O que ele decidir estará bom”. Sobre se já decidiu qual goleiro irá escalar contra o azulão, respondeu: “Hoje, não posso dizer, sinto muito”, resumiu o técnico. “Bordalás? Morava aqui quando não treinava, passávamos tempo juntos, falávamos de futebol… Compartilhamos ideias sobre esporte, ele é um amigo. E tenho muito carinho por ele”, acrescentou.
Ao abordar se mudou a forma de proceder com as substituições, ele comentou: “Bem, mudou à medida que a regra mudou, agora, é possível fazer mais substituições. Nunca penso nas substituições antes dos jogos, mas sou consciente de que uma substituição pode mudar a dinâmica de uma partida. E cinco são muitas, mudam muito a identidade de uma equipe”. Em seguida, questionado sobre o estado de espírito de Vinicius e como o vê, afirmou:
“Não converso com ele, o vejo treinando e está como sempre. Em termos de futebol, atingiu seu melhor nível, está bem fisicamente, contribuindo muito. Sempre é muito perigoso. Às vezes, tenta quando não deveria, mas essa é a sua força. Ele deve fazer isso”, detalhou antes de elogiar o Getafe, dizendo que “está muito bem organizado e é perigoso. O Mayoral tem 14 gols, são diretos, contundentes, agressivos nos duelos”. “É uma equipe que gosto muito. Aproveito para parabenizar meu amigo Bordalás. Trabalho fantástico”, acrescentou.
Em uma questão interessante, pediram que escolhesse em qual das cinco grandes ligas ele sentiu mais pressão – ele venceu todas: “No início da minha carreira, na Segunda Divisão, na Itália. Ali, eu tinha muita dificuldade em lidar com o estresse, tanto que cheguei a dizer a um assistente que não chegaria ao ano 2000. E estamos em 2024 e aqui estou. Aos poucos, você se acostuma e entende que a pressão é o combustível para fazer um trabalho melhor”.
“Sobre se falei com Modric sobre o fato de que, se não jogar, não aquece? Eu disse o que penso, nada mais. Um jovem como Güler, se aquece e não joga, não há problema, mas Modric, com 39 anos, cinco Champions e sendo uma lenda… não posso fazer isso. Ele sabe disso”, ponderou. “Güler? Está progredindo bem. A cada dia está melhor fisicamente, se acostumando com a intensidade desse futebol. Agora, está bem e terá seus minutos. Mas, como disse, precisamos ser pacientes com ele”, também antecipou.
Fonte: Besoccer