TENDE a crescer o número de crianças e adolescentes que se tornam mães antes de estarem preparadas física e mentalmente para o efeito. Regra geral, acabam por abandonar os estudos. Outras, por muitas razões, passam a viver na indigência, porque os pais das crianças são muito jovens ou homens com famílias.
Nas ruas da cidade da Beira é normal ver meninas, algumas bem franzinas, carregando ao colo bebés. Percebe-se nelas o enorme fardo que levam, sem preparação nenhuma. São mães, enquanto ainda precisam de alguém que cuide delas, por serem ainda crianças.
Emília Jeremias é mãe de uma filha de dois anos. Engravidou quando tinha apenas 17 anos de idade e frequentava a 7.ª classe na Escola Primária Completa da Manga. Quando descobriu que estava grávida viu desmoronar o seu sonho de ser professora.
E como um mal nunca vem só, o homem de quem engravidou não aceitou assumir a responsabilidade. A mãe, que era o seu principal suporte, perdeu a vida. O padrasto era desempregado. Tudo ruiu.
Emília Jeremias conta que quando descobriu que estava grávida ficou assustada. Não sabia qual seria a reacção dos familiares e amigos. Como seria o sustento da criança, entre muitas outras dúvidas.
“Sem outra saída, já que os sinais estavam a piorar, decidi informar as minhas primas e elas foram conversar com o meu padrasto, que milagrosamente aceitou a situação dizendo que a criança não tinha culpa nenhuma e que devia nascer”, lembrou.
Fonte:Jornal Notícias