ESMERALDO BOQUISSE
A CONSTRUÇÃO de “take-aways” voltou a ganhar forma em alguns espaços do centro urbano, uma realidade repudiada por alguns, alegadamente, por atropelar o código de postura municipal; mas ovacionada por outros, que realçam a sua função social.
No seu discurso de empossamento dos novos vereadores, o actual autarca, Luís Giquira, disse que a construção desenfreada e desregrada deste tipo de cozinhas dificulta a circulação de peões, defendendo, por isso, a sua remoção.
Na zona urbana da cidade de Nampula notam-se “take-aways” construídos desregradamente, sobretudo nos separadores das mais movimentadas avenidas, nomeadamente a 25 de Setembro, Paulo Samuel Khankhomba e Eduardo Mondlane. Na placa central da Avenida 25 de Setembro, por exemplo, mais de vinte empreendimentos foram construídos, alguns dos quais “de noite para o dia”, suscitando dúvidas nos munícipes quanto à sua legalidade.
EMPRESÁRIOS INSURGEM-SE
O SECTOR privado, através da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), insurge-se contra a construção de “take-aways” sem obedecerem a postura muncipal, defendendo, por conseguinte, a sua remoção imediata. De acordo com o sector, além de obstruírem a estética da cidade, ocupam os espaços públicos reservados ao estacionamento de automóveis e circulação de peões.
“Já temos poucos espaços para o estacionamento e praças de taxistas, porque em qualquer canto foram construidos ‘take-aways’”, afirmou Luís Vasconcelos, vice-presidente do Conselho Empresarial Provincial (CEP) de Nampula, que acusou os gestores municipais liderados por Paulo Vahanle de venderem espaços públicos, nas vésperas do fim do mandato, para a construção de “take-aways” e outras infra-estruturas.
Indicou que, com a exiguidade de espacos próprios, evidencia-se, nos últimos tempos, a disputa entre os automobilistas e peões, estes últimos sempre em desvantagem, uma situação agravada pelo comércio informal nos passeios. Ao sugerir que o Conselho Municipal tome medidas coercivas, Vasconcelos disse que está ciente dos danos que podem causar aos agentes económicos emergentes e às pessoas que recorrem aos “take-aways” para saciarem a fome.
Fonte:Jornal Notícias