Instabilidade e insegurança na mesa da Cimeira da União Africana

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Paz, integração regional e desenvolvimento são temas em agenda na Cimeira da União Africana nos próximos dias 17 e 18, em Adis Abeba, mas é a falta de paz e de segurança em África que vão marcar o evento.
Em 2023 houve uma convergência de ameaças à paz, segurança e estabilidade em África, com os bem-sucedidos golpes militares na região do Sahel e no Gabão.
O ano foi ainda marcado pelo aumento da intensidade da violência fundamentalista islâmica no Burkina Faso, Mali e Níger, além da contestação dos resultados eleitorais no Zimbabwe e na República Democrática do Congo (RD Congo).
Na Guiné-Bissau e República Centro-Africana os Presidentes destes dois países, Umaro Sissoco Embaló e Faustin Archange Touadéra, respectivamente, fizeram uma interpretação pessoal do articulado da Constituição dos seus países, tornando-a num instrumento para a defesa dos seus interesses.
Ao longo do ano multiplicaram-se as desconfianças à escala regional, com a RD Congo e o Ruanda à beira de entrarem em confronto.
O agravamento do défice democrático na governação esteve também na origem do prolongamento de transições políticas, que, no caso do Sudão, viu no ano que passou a intensificação de um conflito que opôs generais rivais que antes se tinham unido para pôr cobro à ditadura de Omar al-Bahsir.
Os efeitos das alterações climáticas tornaram ainda mais difícil a vida de milhões no Corno de África, para citar a região mais duramente atingida.
É neste cenário que os chefes de Estado e de Governo dos 55 países membros da União Africana (UA) vão sentar-se à mesma mesa e tentar perceber por que razão o continente continua a ser visto como receptor de ajuda internacional quando tem condições e recursos para alimentar os cerca de 1,4 mil milhões de africanos.
Entre os instrumentos institucionais de que dispõe, a UA conta com o Conselho de Paz e Segurança (PSC, na sigla em inglês) para tentar resolver os desafios mais prementes do continente em matéria de paz, segurança e governação (Lusa)

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Fonte:Jornal Notícias

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