O terminal de Contentores do Porto de Nacala esteve paralisado na sexta-feira e no sábado devido a um requerimento feito pelo grupo ETG para a verificação do produto que estava a ser exportado, pertencente ao grupo Royal. Os gestores do Porto falam de prejuízos económicos.
A disputa judicial entre os dois grandes grupos de agro-negócio começou em finais de 2022 e há processos em curso nos Tribunais de Nampula e outros já decididos. Em Dezembro do ano passado, a Royal Group conseguiu do Tribunal Judicial do distrito de Nacala uma providência cautelar de arresto preventivo de feijão bóer pertencente ao grupo ETG.
Semanas depois, o grupo ETG fez um requerimento ao Tribunal a pedir a averiguação da mercadoria que estava para sair do Porto de Nacala com 250 contentores, entre a carga, pertencente à Royal Group. A ETG suspeitava que a Royal Group estava a exportar ilegalmente o feijão bóer arrestado em Dezembro.
O requerimento foi feito ao Tribunal Marítimo de Nampula e na sexta-feira foi feito o descarregamento de 15 dos 250 contentores para a verificação. Estiveram presentes elementos do Tribunal Marítimo, das Alfândegas de Moçambique, do Porto de Nacala e representantes da Royal Group e da ETG.
Dos contentores verificados, não foi encontrado feijão bóer, mas sim, outro tipo de feijão.
Não tendo sido encontrado o produto que se suspeitava nos 15 contentores, a ETG não desarma e agora quer que sejam descarregados todos os 250 contentores da Royal Group que se encontram no navio.
O nosso jornal sabe que o descarregamento dos 250 contentores acontece este domingo, e na segunda-feira vai iniciar a inspecção em cada um dos contentores. Enquanto isso, o Porto de Nacala fala de avultados prejuízos económicos.
O Tribunal avisa que os custos decorrentes desta operação poderão ser arcados pela ETG, caso não seja confirmada a sua suspeita.
O Grupo ETG está no agronegócio em vários países de África, mas na Zâmbia está na mira das autoridades daquele por alegadamente os advogados de um gestor sénior da empresa estarem envolvidos num esquema de reembalagem de fertilizantes em sacos da ETG.
Fonte:O País