Lucas Áfrico: «SC Braga vai jogar com a maior equipa do Azerbaijão»

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Defesa-central do Qabala, Azerbaijão, conta como é a experiência de viver naquele país, fala das experiências no Marítimo e Estoril, antecipa o duelo entre o SC Braga e o Qarabag na Liga Europa, recorda duelos com Marega, Pedro Gonçalves, Jonas, Bas Dost e Tiquinho Soares e admite voltar a Portugal

— Aqui em Portugal estamos a queixar-nos do frio, quantos graus estão em Qabala, Azerbaijão, no momento em que estamos a falar, às 17 horas?

— Menos um [centígrado], está frio [risos].

— Imagino que esse tenho sido um dos maiores desafios. Que outros encontrou nesta experiência?

— Sim, o frio é um deles. Mas a vida social também. Em Portugal, havia a facilidade de ser um país, de certa forma, semelhante ao Brasil, partilhamos a mesma língua, é fácil criar ligações entre as pessoas. A cultura, no Azerbaijão, é diferente, senti algumas dificuldades, mas facilitou um pouco ter encontrado alguns brasileiro que jogam cá e estão perto da minha casa. Mas estou a a gostar desta nova experiência e quero aproveitar.

— Do que sente mais falta?

— Da vida social que tinha, de estar com amigos, de estar mais próximos deles, de estar num local que permitisse viagens mais curtas. Mas a experiência está a ser legal. O futebol é um pouco diferente, mas está também muito padronizado e, aqui, até fiquei surpreendido pela positiva com o nível da competição, há equipas e jogadores bons. Passei cinco anos em Portugal, estava habituado ao futebol europeu, e o Azerbaijão não fica atrás, também é bom.

— Agora, vai ter a companhia de Clésio.

— Ainda se vai apresentar [está na Taça das Nações Africanas].

— Fale-nos um pouco do seu percurso.

— Fiz a formação na Portuguesa dos Desportos, de São Paulo, passei pelo Lemense, interior de São Paulo, fui campeão sub-20 no Corinthians, estive nos sub-23 do Santos e cheguei ao Londrina, no qual joguei o Estadual paranaense quatro meses. Em 2018, fui para o Marítimo. Quando recebi a proposta nem pensei duas vezes. O meu sonho era jogar na Europa e fui direto para a Madeira. No início, estranhei, não percebia o que diziam, por causa da pronúncia, parecia que estava noutro país [risos]. Mas foi uma experiência maravilhosa. Joguei no Marítimo na época 2018/2019, na temporada seguinte fui emprestado ao Estoril, voltei ao Marítimo em 2020/2021 e depois fui para o Estoril em 2021/2022. Passei momentos maravilhosos no Estoril, participei no melhor arranque de sempre na Liga, a equipa era excelente, mas parei dez meses por causa de uma lesão num joelho [rotura dos ligamentos cruzados anteriores].

— O que o marcou mais nesses anos?

— Tive boas experiências nos dois clubes, aprendi muito com toda a gente, mas tenho de destacar dois treinadores, no Estoril, que foram incríveis, aqueles que mais me ensinaram, os melhores que encontrei até aquela altura, Bruno Pinheiro e Ricardo Soares. Mas fiz grandes amigos nas duas equipas, o Patrick William, Arthur Gomes, que agora está no Sporting, os dois no Estoril, Rodrigo Pinho e Joel, no Marítimo. Ainda mantenho contactos com eles. A Madeira marcou-me muito, é muito bonita, Lisboa, Cascais e Estoril também. Tenho um carinho enorme por Portugal, é a minha casa, amo o país.

— E quais os jogos positivos e também negativos que recorda?

— A épica vitória no Dragão [3-2, na terceira jornada da época 2020/2021], primeira de sempre lá. O meu primeiro golo pelo Marítimo, pelo contexto, perdíamos em Chaves, empatámos e na compensação marquei um golo bonito de cabeça. Negativo talvez a derrota por 0-6 com o Benfica. Correu tudo mal.

— Quais os avançados mais difíceis que teve de marcar em Portugal?

— Marega, jogador muito forte que se movimentava bastante, está na lista dos mais difíceis. Também o Pedro Gonçalves, do Sporting, que também se movimenta muito e é muito inteligente. Cheguei a jogar contra Jonas, que não era muito rápido mas era muito inteligente e tinha de estar com muita atenção. E ainda Bas Dost e Tiquinho Soares.

— No Qabala já defrontou duas vezes o Qarabab, adversário do SC Braga no play-off da Liga Europa. E até marcou.

— Marquei, sim. É a maior equipa do país. Tem jogadores muito bons, alguns passaram em Portugal, como o Juninho [ex-Chaves, Estoril ou Portimonense], Richard [ex-Gil Vicente] ou Júlio Romão [ex-Santa Clara]. Conhecem bem o SC Braga. Vai ser uma eliminatória muito boa, duas equipas muito qualificadas.

— Quais são os pontos fortes do Qarabag?

— Têm um bom treinador, são muito bons nas transições, muito rápidos e verticais, atacam com muita gente. E também sabem defender, são muito agressivos.

— E fala com esses jogadores que passaram por Portugal?

— Sim, falo, tenho uma forte amizade com o Juninho e Richar, encontramo-nos e almoçamos várias vezes. Ficaram muito contentes por saber que vão jogar com o SC Braga. Estão conscientes de que encontrarão dificuldades, mas Portugal traz sempre boas recordações.

— Tem contrato até quando?

— Até junho, com mais um ano de opção?

— Gostaria de voltar a Portugal?

— O futuro a Deus pertence, se chegar essa oportunidade, houve boas propostas, claro que pensarei nisso e estarei disponível. Tenho um carinho enorme e conheço bem o país e a Liga. São fatores que não precisaria de analisar para decidir.

Fonte: A Bola

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