Combates em Gaza deixam dois hospitais sitiados

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Os informes sobre combates intensos em Gaza na manhã desta terça-feira incluem relatos de ataques a hospitais na cidade de Khan Younis, no sul.

Segundo profissionais da ONU, pacientes e outras pessoas que procuravam tratamento “não tinham como entrar e sair” desses locais.

Nível de violência impede cuidados de saúde

Falando a jornalistas em Genebra, porta-voz da Organização Mundial da Saúde, OMS, confirmou que o Hospital Al-Khair é “um dos dois hospitais que estão sendo invadidos”.

Christian Lindmeier afirmou ainda que o Hospital Nasser está “agora basicamente sitiado e não há como entrar e sair”. 

O representante da OMS acrescentou que apenas 14 instalações de saúde ainda funcionam em Gaza, sete no norte e sete no sul, onde as necessidades de saúde são enormes.

Na noite de segunda-feira, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, lamentou relatos de “combates contínuos” perto de hospitais em Khan Younis, onde a violência impediu que “pessoas recentemente feridas fossem alcançadas e recebessem cuidados”. 

De acordo com Lindmeier, a situação é “absolutamente inaceitável e não é aquela pela qual qualquer unidade de saúde em qualquer parte do mundo deveria passar”.

Uma padaria em Gaza reabre após um encerramento de 50 dias, com o apoio do Programa Mundial de Alimentos
PMA

Uma padaria em Gaza reabre após um encerramento de 50 dias, com o apoio do Programa Mundial de Alimentos

Desespero em busca de comida

Sublinhando a terrível situação humanitária na área, o porta-voz da OMS descreveu o quão desesperadas e famintas as pessoas estão em Gaza. 

Ele mencionou que um dos comboios transportava principalmente combustível para hospitais, mas as pessoas o seguravam enquanto ele tentava avançar “porque estavam desesperadas em busca de comida.”

O Programa Mundial de Alimentos, PMA, alertou que mais de meio milhão de pessoas em Gaza continuam enfrentando “níveis catastróficos de insegurança alimentar”.

O risco de fome aumenta a cada dia, à medida que o conflito continua a limitar a prestação de assistência alimentar, disse a porta-voz do PMA para o Oriente Médio e Norte de África.

Abeer Etefa afirmou que esta “é a maior concentração de pessoas em condições similares à fome em qualquer lugar do mundo”. Ela alertou que a rapidez com que se chegou até este ponto é “extremamente preocupante”.

A porta-voz do PMA também observou que as crianças que foram evacuadas para tratamento no lado egípcio da fronteira pareciam desnutridas, abaixo do peso e “extremamente magras”.

A diretora de Comunicações da Unrwa, Juliette Touma, em visita ao campo de Deir Al-Balah, no sul de Gaza, em janeiro de 2024
UNRWA

A diretora de Comunicações da Unrwa, Juliette Touma, em visita ao campo de Deir Al-Balah, no sul de Gaza, em janeiro de 2024

O cerco é o “assassino silencioso”

Após retornar da sua segunda visita a Gaza desde que a guerra começou, a diretora de Comunicações da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiado Palestinos, Unrwa, concedeu uma entrevista para a ONU News na segunda-feira.

Segundo Juliette Touma, a população de Rafah, no sul, quadruplicou desde o início da guerra, pois as pessoas continuaram fugindo, à procura de abrigo naquela parte de Gaza, na esperança de encontrarem segurança e proteção.

Ela relatou que “a cidade está coberta por essas pequenas estruturas que as pessoas que fugiram para a região montaram. Elas são muito básicas, apenas alguns postes de madeira cobertos com plástico. Isso é tudo que as pessoas podem encontrar, e estes se tornaram o lar de muitas pessoas”.

A representante da Unrwa reforçou o apelo por um cessar-fogo humanitário “para trazer trégua e calma não só às pessoas em Gaza, mas às pessoas em toda a região”.

De acordo com ela “o cerco é o assassino silencioso das pessoas em Gaza, pois é provável que as pessoas morram em consequência da fome, de doenças ou da falta de cuidados médicos e de saúde”.

Fonte: ONU

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