Começou de forma oficial a “era” Dorival Silvestre Júnior, de 61 anos, à frente da Seleção Brasileira.
Após deixar o São Paulo e atravessando o momento mais vitorioso da carreira iniciada em 2002, Dorival Jr. foi apresentado na tarde desta quinta-feira (11) como técnico que terá a missão de comandar o 🇧🇷.
Após ter assinado contrato que compreenderá a Copa do Mundo de 2026 na presença de Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF – que não ficou ao seu lado para a coletiva.
Em um primeiro momento, ele pediu a palavra para falar sobre o momento na carreira.
“É uma satisfação, estou sinceramente emocionado, depois de tudo que eu vivi, de tudo que eu passei. E principalmente nos últimos seis, sete anos, conseguindo vencer dois momentos de muitas dificuldades dentro da minha casa, do meu lar. A minha esposa com um câncer muito agressivo, logo em seguida eu também fui diagnosticado. Isso me fortaleceu ainda mais e pude repensar pontos da minha carreira. São praticamente 54 anos em que o futebol vive dentro da minha casa”, começou.
Continuou fazendo um primeiro pedido após a chegada:
Já em coletiva, o ex-técnico do São Paulo citou a necessidade de, por exemplo, mais responsabilidade por parte dos atletas convocados.
Garantiu que não descartará atletas que não foram chamados nos últimos meses. Ou aqueles de idades mais avançada, mas que seguem atuando em alto nível.
“(…) Sempre contei com uma mescla saudável em qualquer sentido para que tenhamos competitividade da equipe mantida. Não vai ser diferente”, disse.
“Para mim não importa, se o Thiago (Silva, do Chelsea) estiver bem, ele terá oportunidade. É grande jogador. Ciclos se encerram a partir de um momento que um outro esteja bem melhor. Temos que ter equilíbrio, consciência. Vou errar, de repente não convocando um ou outro, mas vou tentar trazer aqueles que estão em melhores condições”, completou.
Indagado sobre como ocorreu o chamado da CBF, Dorival ainda falou sobre ter recebido uma possível “garantia” de permanência por conta da instabilidade na CBF.
“O contato com o presidente Ednaldo foi no final de semana. Um prazer a uma satisfação poder chegar neste momento da minha carreira à frente da Seleção. Sobre instabilidade política é um assunto em que eu não entrou. Tenho a confiança do presidente para fazer meu trabalho daqui para frente, preparar a equipe, ganhar jogos e chegar numa Copa do Mundo que será muito disputada. Vou trabalhar neste sentido, me preparei muito para estar aqui. Tenho uma convicção muito grande que a Seleção Brasileira vai alcançar seus objetivos”, encerrou sobre o assunto.
Dorival foi perguntado sobre o atual camisa 10 do Al-Hilal com quem teve desentendimento ainda em 2010, quando ambos estavam no Santos.
Em jogo contra o Atlético-GO, pelo Brasileirão, eles discutiram após Neymar exigir cobrar um pênalti – que deveria ser batido por Marcel.
Dorival pediu punição maior ao craque pelo ocorrido, mas acabou demitido.
Dorival terá as companhias dos auxiliares Lucas Silvestre (seu fiulho) e Pedro Sotero, além do preparador físico Celso Rezende.
Só haverá uma Data Fifa antes da Copa América dos Estados Unidos.
E os dois primeiros compromissos de Dorival pela Seleção serão “apenas” contra Inglaterra (23/3) e Espanha (26/3). Jogos que serão disputados em Wembley e no Santiago Bernabéu, respectivamente.
Já o duelo contra o México marcado para 8 de junho fará parte da preparação para o torneio nos EUA.
Ainda há uma data possível para novo amistoso antes da Copa América.
O Brasil está no Grupo D. Fará sua estreia contra Costa Rica ou Honduras (que se enfrentarão em playoff no mês de março). Depois, terá Colômbia e Paraguai pela frente.
O primeiro trabalho de destaque de Dorival Júnior em um grande clube veio em 2009, à frente do Vasco.
O Cruz-maltino foi semifinalista da Copa do Brasil sendo eliminado de forma invicta e, depois, levou a Série B.
A primeira conquista de maior peso do técnico aconteceu em 2010, quando o Santos de Neymar, Ganso & Cia. faturou a Copa do Brasil após já ter celebrado o Paulistão.
Dorival comandaria outros sete clubes diferentes (além de novas passagens por Vasco e Santos) até descobrir um câncer de próstata, em 2019.
Precisou interromper a carreira por alguns meses, se recuperou e voltou a trabalhar no Athletico, entre 27 de setembro de 2019 e 28 de agosto de 2020.
Ficou mais de um ano meio sem clube até ser contratado pelo Ceará em 28 de março de 2022.
Foto: Alexandre Schneider/Getty Images
Fazia grande trabalho no Alvinegro de Porangabuçu, com desempenho histórico na Sul-Americana até o convite do Flamengo.
Assumiu um Rubro-Negro que não emplacava com Paulo Sousa e, em menos de seis meses, conquistou Libertadores – maior título da carreira – e outra Copa do BR.
Foto: Wagner Meier/Getty Images
Apesar da passagem vitoriosa no Flamengo, Dorival não teve seu contrato renovado. Voltaria a trabalhar no final de abril, quando mais uma vez substituiu Rogério Ceni no São Paulo.
Levando o Tricolor ao inédito título da Copa do Brasil. Tinha contrato até o fim deste ano, mas deixou o clube ao ser convidado para assumir a Seleção.
Foto: Ricardo Moreira/Getty Images
Foto de destaque: Staff Images/CBF
Fonte: OneFootBall