Aurélio Furdela: Vinte anos de saga

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Por Alexandre Chaúque

Será neste mês de Novembro que Aurélio Furdela, escritor moçambicano recentemente premiado no concurso “Eugénio Lisboa”, assinala vinte anos de carreira literária. É um marco importante, uma espécie de desapertar dos cintos na altitude, ou seja, de respeitados e reconhecidos estudiosos, nomeadamente Ana Mafalda Leite e o brasileiro João Olinto, chega o reconhecimento de que Furdela atingiu o amadurecimento no seu romance Saga d’ouro, onde avulta a habilidade do escritor na combinação da história e ficção, feitos numa prosa de proa. E era isso que faltava ouvir dos críticos autorizados, para que sobre Furdela não houvesse mais dúvidas.

Torna-se ainda mais reconfortante e importante, não só para o escritor, como para a própria literatura moçambicana, que no alto patamar onde é colocado Ungulani Ba ka Khosa e Mia Couto, esteja Aurélio Furdela. Então não faltarão motivos de sobra para que a celebração dos vinte anos de trabalho feito com denodo, tenha um condão especial.

Aurélio Furdela vem de um percurso que jamais passou despercebido. Para além de escritor, é dramaturgo, guionista e letrista, com livro de estreia De medo Morreu o Susto (conto), publicado pela AEMO. Em 2003, lança a colectânea de crónicas O Golo que Meteu o Arbitro (AEMO) 2006. Em 2012 publica o segundo livro de contos, As Hienas Também Sorriem (AEMO). Em 2018 publicou o Romance Saga d’Ouro, pela Imprensa Nacional Casa da Moeda Portugal, obra traduzida e pblubicada na Espanha pela Editorial ECU, em 2022. Está representado nas antologias “Lusofônica La Nuova Narrativa in Língua Portoghese” (2005), com o conto “Da mocidade à Velhice de Lacrina” traduzido para italiano e “A Minha Maputo” (2012), com o conto “Um Homem com 33 Andares na Cabeça”, também inserido na revista brasileira Macondo. Como dramaturgo escreveu e publicou várias peças originais para o programa de teatro radiofónico “Cena Aberta”, da Rádio Moçambique, nas quais destaca-se “Gatsi Lucere”, publicada posteriormente em livro pela AMOLP, 2005. Autor de duas radionovelas, no âmbito do programa N’weti em Moçambique. Como letrista, salienta-se da sua lavra a autoria da canção oficial da X Edição do Festival Nacional da Cultura -2018.

Distinguido com Prémio Revelação de Literatura AEMO/Instituto Camões – 2003; Prémio Revelação de Texto Dramático AMOLP/Instituto Camões – 2003; Prémio Revelação da Revista TVZINE, 2003, Prémio Nacional de Texto Dramático Sobre HIV-2003, promovido pelo Ministério da Cultura. Em 2017 Prémio Literário 10 de Novembro, instituído em homenagem a Cidade de Maputo, Prémio Literário Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM)/ Eugénio Lisboa. É licenciado em História, pela Universidade Eduardo Mondlane.

Fonte:O País

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