Actores do agro-negócio defendem a introdução de crédito de insumos agrícolas e uniformização de preços de em todas regiões no país como solução para os actuais desafios da cadeia de valor agrícola no país. Entretanto, os produtores queixam-se da prevalência de entraves do escoamento do produto final das zonas de produção aos mercados.
O segundo painel do primeiro dia da quinta edição da Mozgrow, voltado para o tema “desenvolvimento de cadeias de valor estratégicas”, juntou produtores, revendedores e a fornecedora de insumos AQI. O mote era apontar desafios e soluções sustentáveis para aumentar a produção e o mercado de comercialização de produtos.
Para o dilema do acesso, a AQI revelou a introdução de crédito de insumos agrícolas e uniformização de preços em todas as regiões do país, como solução para os níveis de produção.
“Com a AQI, temos insumos de qualidade e preços competitivos com a iniciativa One Stop Shop. Nós fornecemos produtos totalmente certificados, e aqui há uma novidade: os nossos preços, além de serem competitivos, são uniformizados, o preço praticado no Sul é o mesmo praticado no Centro e no Norte. Adaptamos essa estratégia porque acreditamos que vamos impactar melhor se dermos as mesmas oportunidades a todos os produtores em todo o país”, disse Lírio Nhamuche, representante da AQI.
A estratégia está a impactar os produtores, com o aumento de quantidades e qualidade de produtos. Um caso concreto é da Pecuárias Sumburane, que produz cereais, hortícolas, aves e gado em Vilankulo.
“A terra é apta e os resultados só podem ser melhores com esses incentivos. Este ano, por exemplo, ensaiamos ervilhas, há potencial para serem produzidas. Recentemente, adquirimos gergelim porque, em Vilankulo, há só um fornecedor que não consegue satisfazer o mercado. Acreditamos que estas culturas podem substituir importações”, explicou Mário Mavie, produtor.
Entretanto, produtores e revendedores apontam como um grande desafio da cadeia de valor a prevalência de barreiras para o escoamento do produto final.
Com estas inovações, conseguimos disponibilidade de insumos, sementes, pesticidas, mas não há tractores para lavoura e não há transporte para o escoamento da produção para os centros agrários.
Com estratégias como “mix” de produtos e rotas certas, a AQI apresentou soluções para o problema.
Segundo Lírio Nhamuchue, a AQI implementou, há três meses, o retorno das rotas, isto é, além de entregarem os insumos aos agrodealer, os serviços de distribuições retornam com os produtos dos produzidos para os mercados.
Os actores apontam a necessidade de melhoria das vias de acesso, como um passo crucial para a dinamização da cadeia produtiva.
Fonte:O País