Hakumana sai da “Sombra” para “Mangueira” do Brasil

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CCBM acolheu abertura da exposição Audiovisual “À Sombra da Mangueira” do ilustrador brasileiro Ângelo Abu e dos alunos do Centro Hakumana

Realizou-se, ontem, no Centro Cultural Brasil Moçambique (CCBM), a abertura da exposição Audiovisual “À Sombra da Mangueira” do ilustrador brasileiro Ângelo Abu e dos alunos do Centro Hakumana, instituição filantrópica situada em Maputo. “À Sombra da Mangueira” é um projecto que consiste na exibição de ilustrações das crianças orientadas pelo ilustrador Ângelo Abu, acompanhadas por gravações de áudio das histórias narradas por essas crianças. De um lado, 17 quadros ilustrando as histórias contadas pelas crianças do Hakumana, do outro uma sala ao lado da galeria com uma tenda preta e no centro imagens projectadas no chão, como se fosse uma fogueira, com pufos rodeando a sala para quem quiser sentar ou simplesmente deitar-se para ouvir histórias. “A ideia é criar a sensação de estar acolhido pelas crianças contando suas histórias”, partilhou o ilustrador. As histórias foram contadas em português e changana, da mesma forma que foram contadas ao ilustrador. “Acredito que as pessoas vão entender do mesmo jeito que eu entendi”, acredita Abu. Tudo começou quando foi convidado para fazer a ilustração das capas dos livros do autor moçambicano Mia Couto e na capa do segundo livro sentiu que seria muito mais rica a experiência se conhecesse Moçambique, tanto para o seu próprio prazer, assim como para o seu trabalho. “Uma amiga sugeriu o Centro Hakumana e vim pela primeira vez ano passado para uma oficina de ilustração”, disse Abu. Na oficina de ilustração, trabalhou pela primeira vez com as crianças do Centro Hakumana. Segundo Abu, num belo dia decidiu dar aula ao ar livre e pediu para que cada criança contasse uma história e que pudessem criar o que quisessem. “Fiquei muito maravilhado, as crianças expressam -se muito bem e achei culturalmente rico”, disse, acrescentando que começavam a contar as histórias em português, depois em changana e as vezes contavam prosa, começavam a cantar e voltavam para a prosa. Regressou ao Brasil e propôs a editora Companhia das Letras, a maior do país, fazer um livro infantil de preferência um áudio book. A editora aprovou e voltou a Moçambique para fazer o trabalho, com a promessa de se fazer o livro para todos países falantes da língua portuguesa do mundo, se o projecto der certo, claro. Esta é a segunda vez que Abu vem a Moçambique para fazer o livro e aproveitou para mostrar o projecto ao CCBM. As crianças aparecem como personagens na história do ilustrador no livro e para além de ser escrito em português, incluirá o changana e terá tradução em português. “Para mim é muito importante que o changana faça parte desta obra, porque faz parte da cultura, das raízes daqui”, afirmou. São no total 50 histórias para o livro e 17 pinturas seleccionadas para a exposição. O livro será lançado próximo ano. “Vou fazer de tudo para fazer o lançamento aqui em Moçambique”, disse acrescentando que cada quadro custará em torno de dois mil meticais e o valor será revertido para o Centro Hakumana. Abu é responsável pelos desenhos das capas de 15 livros do conceituado escritor Mia Couto para a editora brasileira Companhia da Letras.      

Fonte:http://opais.sapo.mz//index.php/cultura/82-cultura/46265-hakumana-sai-da-sombra-para-mangueira-do-brasil.html

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