Recenseadores de KaMaxakeni ameaçam abandonar Censo caso não sejam subsidiados

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Recenseadores dirigiram-se ao INE para reivindicar melhores condições de trabalho

Hoje foi um dia de grande tensão entre os recenseadores do distrito de KaMaxakeni em Maputo e a direcção do Instituto Nacional de Estatística (INE). Em causa está a reivindicação de subsídios de alimentação e transporte que ainda não foram pagos. Como forma de contestação, os recenseadores escalaram o edifício sede do INE para exigir explicações ao presidente da instituição Rosário Fernandes. Após horas sem consenso, alguns recenseadores mostravam a sua indignação, enquanto outros, abandonavam o local. “Já passam mais de três horas e o presidente diz a mesma coisa no seu discurso e não satisfaz nossas inquietações. Nós estamos a trabalhar sem contrato, sem água e muito menos dinheiro para as nossas refeições. Exigimos o subsídio que combinamos. Caso não nos entreguem o combinado, iremos mobilizar todos os colegas para pararmos com a actividade. Porquê é que estão a agir desta forma connosco? Nós trabalhamos até tarde, sofremos ameaças, somos agredidos de noite”, disse Lizethe Araújo uma das recenseadoras para depois denunciar que “uma colega foi arrancada seus pertences ontem (2) à noite”, relatou. Depois de um longo processo de diálogo, Rosário Fernandes reconheceu a legitimidade das reclamações apresentadas e prometeu tomar providências. “São legítimas as reclamações que eles apresentam. Estivemos em conversa e juntos criamos uma equipa técnica para fazer o acompanhamento das inquietações. Esta equipa irá incluir representantes dos recenseadores. O importante, é que eles (os recenseadores), comprometem-se a regressar ao trabalho amanhã, sendo que no fim do dia iremos reunir e analisarmos as decisões tomadas”, detalhou Fernandes. Mesmo com as declarações do presidente do INE, os recenseadores disseram que caso não se cumpram as promessas, irão abandonar o trabalho. “Ainda não chegamos a nenhum consenso. O presidente disse que deveríamos regressar ao trabalho amanhã e que depois a situação estará resolvida. Trabalhamos em condições desumanas. Iniciamos a actividade sem assinar o contrato, a questão que coloco é será que eles podem trabalhar o dia todo com fome e sede? Enfim, concordamos em regressar ao trabalho e as 16h00 de amanhã teremos um outro encontro para assinarmos os contratos e recebermos uma parte do subsídio”, disse Futri Davuca, representante do grupo. Recorde-se que os recenseadores estão em braço-de-ferro com o INE desde ontem.  

Fonte:http://opais.sapo.mz/index.php/sociedade.html

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