Crianças continuam a morrer por causas evitáveis

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TRINTA e quatro crianças morreram no primeiro trimestre deste ano, nos Serviços Pediátricos do Hospital Provincial de Lichinga, no Niassa, vítimas de malária, broncopneumonia, mal-nutrição e diarreias agudas.

A informação foi prestada pelo director dos Serviços Pediátricos daquela unidade sanitária de referência, Paulo Quade, durante a visita que o governador Arlindo Chilundo efectuou, recentemente, ao maior hospital da província.

Na circunstância, manifestou preocupação com relação à subida de casos, apesar da redução da taxa de mortalidade em 4,3 por cento, quando comparado com igual período do ano passado.

De acordo com Paulo Quade, durante o período em análise, deram entrada naquela unidade sanitária cerca de 960 crianças padecendo de malária, 155 casos de broncopneumonia, 76 de diarreias agudas e 66 de outras enfermidades que se saldaram em 19, três e seis óbitos, respectivamente.

A chegada tardia dos doentes às unidades sanitárias, a opção pelos curandeiros por parte dos pais e encarregados de educação das crianças e a transferência tardia dos enfermos para as unidades sanitárias de referência são apontados pelas autoridades de Saúde como estando na origem do aumento das mortes.

Para mitigar o problema, segundo Quade, a Saúde, através dos técnicos ligados aos serviços pediátricos, estão a sensibilizar os pais e encarregados de educação para usarem, correctamente, as redes mosquiteiras, bem como prepararem, adequadamente, as refeições para evitarem que as diarreias e a malnutrição crónica sejam as principais causas dos óbitos.

Lamentou que, numa província como o Niassa, considerada um dos centros mais produtivos do país, haja espaço para a prevalência de doenças como, por exemplo, a desnutrição crónica, aconselhando as mães a prepararem e diversificarem os alimentos destinados ao consumo das crianças.

Sobre a malária, Paulo Quade constatou, com tristeza, o comportamento de certos pais que, no lugar de prevenir a malária, usam as redes mosquiteiras para a peca, prejudicando não só as crianças como também as variedades de peixe que o lago Niassa possui.

Dirigindo-se aos profissionais de Saúde, o governador do Niassa, Arlindo Chilundo, confessou ter visto uma entrega total dos funcionários tendentes a humanizar os vários sectores de actividade.

Evitar as mortes em crianças, conforme indicou, é tarefa de todos e acusou alguns pais e encarregados de educação de negligenciarem as medidas de prevenção.

Num outro desenvolvimento, Arlindo Chilundo mostrou-se preocupado com o desvio de medicamentos nas diversas unidades sanitárias do Niassa, e apelou os trabalhadores honestos a denunciarem todos os casos que tendem a manchar a classe dos profissionais da Saúde e a prejudicar a vida das comunidades que, vezes sem conta, são obrigadas a recorrer a fármacos roubados nas unidades sanitárias e vendidos no mercado informal, obviamente, sem prescrição médica.

Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/sociedade/69062-criancas-continuam-a-morrer-por-causas-evitaveis.html

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