O Presidente da República, Filipe Nyusi, desafiou a população de Tete a envolver-se, a partir das suas zonas de residência, no processo de reconciliação nacional, no âmbito do diálogo em curso, visando o alcance de uma paz efectiva em Moçambique.
O Chefe de Estado falava, hoje, na vila de Chitima, distrito de Cahora Bassa, a sul da província central de Tete, durante um comício popular por ele orientado, que marcou o primeiro dia da sua visita de trabalho de três dias àquela parcela do país.
Como que a responder aos apelos à paz efectiva em Moçambique, lançados pela população de Chitima através de mensagens e canções, Nyusi assegurou que “estamos a dialogar”, numa referência aos contactos que tem mantido com o líder do maior partido da oposição, Afonso Dhlakama, que permitiram que o país alcançasse, actualmente, uma trégua das hostilidades por tempo indeterminado. “O diálogo, a todos os níveis, é fundamental para a paz”, afirmou Nyusi, defendendo que “a paz não depende de um grupo de pessoas. Depende de todos nós”.
Nessa perspectiva, convidou a população a abraçar o caminho da tolerância e reconciliação, cada um na zona de residência, para que, de facto, este processo de diálogo possa culminar com o estabelecimento de uma paz efectiva.
Algumas correntes de opinião, sobretudo no seio da sociedade política no país, têm vindo a manifestar preocupação com os atrasos no processo de diálogo ora em curso, chegando a imputar ao governo as responsabilidades dessa situação.
Comentando este cenário, Nyusi reconheceu a existência de algum atraso, defendendo, porém, que a responsabilidade deve ser imputada a todos os intervenientes. “Estamos a dialogar. É verdade que há atrasos, é uma responsabilidade conjunta”, anotou o Presidente, reiterando a necessidade da contribuição de todos os moçambicanos para o sucesso desta nobre missão de procura de uma paz efectiva.
Na ocasião, Nyusi alertou a população contra a existência de indivíduos que se têm desdobrado pelos bairros de algumas zonas de Tete a espalhar mensagens de incitação à desordem e confusão, com objectivos pouco claros.
De acordo com o Presidente da República, tais indivíduos chegam a impedir as crianças de ir à escola ou de beneficiarem de outros serviços sociais. “Isto é uma nova guerra, uma guerra perigosa contra a qual temos de ser vigilantes”, exortou, explicando que, na sua maioria, são pessoas que não trabalham e querem criar confusão no seio da população.
Filipe Nyusi acrescentou que este comportamento tem estado, também, a ser protagonizado por algumas seitas religiosas, que entretanto não as apontou.
Sobre a sua visita a Tete, o Chefe de Estado disse que se deslocou àquela província para monitorar o grau de execução dos programas de governação.
Fonte: O Pais -Politica