Seleção regressa hoje ao Circuito Mundial. Rochele Nunes (+78 kg) compete pela primeira vez após operação ao ombro, em novembro
«É muito bom estar de volta. Penso que disfruto das competições cada vez mais e da preparação para elas, mas é claro que, agora, existe uma pressão um pouco maior por se tratar de um ano olímpico e desejar-mos ter bons resultados para chegar aos Jogos com maior confiança. Mas como consegui esses bons resultados no ano passado, creio que isso me permite entrar nas provas mais tranquila. Não tenho tanto de lutar por uma vaga, mas mais por uma medalha. E isso ajuda», declarou Rochele Nunes (+78 kg) a A BOLA sobre o regresso à competição no Grand Slam de Tashkent após ter sido operada ao cotovelo, em novembro, para retirar fragmentos de osso que haviam surgido numa fratura em abril.
A última competição que a judoca do Benfica, de 34 anos, disputou foi o Europeu de Montpellier, no início de novembro. Agora surge integrada na Seleção de oito judocas que estão na capital do Uzbequistão, onde, entre esta sexta-feira e domingo, decorre a quarta etapa do Circuito Mundial 2024. «Os ligamentos estavam bons, foi só mesmo tirar aqueles fragmentos que nem causavam muita dor, mas limitavam-me bastante os movimentos nos treinos» conta Rochele que, apesar destes meses de ausência, mantem-se em 6.ª no ranking mundial e 5.ª no de qualificação para os Jogos de Paris-2024. Em ambas as mais altas entre portugueses.
Apesar de ser muito improvável que não vá aos Jogos devido ao atual ranking, a vencedora do Grand Slam de Abu Dhabi em 2023 deseja chegar à capital francesa como cabeça de série do torneio olímpico e tem a possibilidade de, provavelmente, poder gerir a caminhada até Paris-2024. «Tenho um plano: garantido é que ainda irei ao Europeu e ao Mundial. O resto vou gerindo consoante o rendimento, mas também desejo fazer estágios internacionais. No entanto, o foco é mesmo estar bem preparada para essas competições. Têm havido acertos com a direção técnica relativamente a mim, por isso confio bastante neste processo e os bons resultado têm tendência a aumentar», comenta Rochele que, em 2023, subiu por quatro vezes ao pódio no Circuito.
E o que foi mais complicado gerir nestes meses de ausência? «O foco na preparação», responde de imediato. «Tive muitas limitações devido aos protocolos médicos de recuperação. Havia alturas em que já desejava estar a fazer randoris [luta], mas ainda não podia. Não foi fácil perceber isso e respeitar. Mas depois, quando tive alta, tudo se tornou mais simples », diz. «A recuperação acabou por ser tão tranquila que nem senti necessidade de fazer uma prova para ganhar ritmo para este slam. Acho até que entre todas as cirurgias que já fiz esta foi a que teve uma recuperação mais fácil. Nunca tive dor, nem mesmo depois da operação. E isso também deu confiança para ir fazer a estreia num grand slam», concluiu Rochele.
Tal como Rochele Nunes o ex-bicampeão mundial Jorge Fonseca (100 kg) e a bronze europeia Patrícia Sampaio (-78 kg), irão igualmente que efetuar a sua primeira competição em 2024 em Tashkent. Os restantes cinco atletas lutaram no Grand Prix de Portugal, em janeiro, onde a antiga vice-campeã mundial Bárbara Timo (-63 kg) ficou a uma vitória do bronze, ou também no Grand Slam de Paris. Telma Monteiro (-57 kg) e Catarina Costa (-48 kg) continuam a recuperar de intervenções cirúrgicas.
Fonte: A Bola