É com Domenico Tedesco no comando técnico que a Bélgica terá a última chance de tentar conquistar um título de seleções com o que resta de uma geração que elevou o nome do país nos últimos anos; eslovacos em busca de afirmação num Campeonato da Europa
Bélgica e Eslováquia fecham, pelas 17h, a primeira jornada do Grupo E deste Euro 2024.
Acabado de se conhecer o resultado do Roménia-Ucrânia, o outro jogo do grupo, a duas seleções entram no Deutsche Bank Park, em Frankfurt, determinadas em reforçar o carácter emotivo nos embates entre as duas seleções, naquele que será o primeiro confronto em fases finais.
Fazendo uma viagem pelo histórico de confrontos, este será o 4.º jogo entre Bélgica e Eslováquia, tendo prevalecido o empate como o resultado mais comum. Do lado eslovaco, procura-se a primeira vitória diante o adversário de hoje, enquanto do lado belga o objetivo passa por repetir o resultado do último encontro, que terminou com uma vitória por 2-1, num jogo particular, em 2013.
BÉLGICA
Será esta a última dança da geração de ouro da Bélgica? Embora com excelentes prestações nas últimas edições nas grandes competições de seleções ficou a faltar um título internacional a uma geração que, pelo ciclo natural da vida, está a caminhar para o final da carreira, excluindo aqueles, como Eden Hazard, que já penduraram as botas.
Deste modo, a equipa que chega a esta competição reforça esta ideia, fazendo uma mescla entre a juventude belga e as vozes da experiência dentro do balneário. Existe um equilíbrio, no mínimo, interessante entre a experiência de jogadores como Vertonghen, Witsel, Lukaku ou Meunier, com a irreverência de Bakayoko, De Ketelaere, Vermeeren, Onana ou Debast, futuro reforço leonino para a próxima temporada, o que desperta legítima curiosidade sobre o que podem vir a fazer durante o próximo mês.
Entre os analistas, muitos são aqueles quem colocam os red devils fora dos crónicos favoritos a vencer a prova, mas isso pode até que ser um fator positivo para esta equipa, que é visível que está num processo de renovação, no entanto longe de ser menos temível que a equipa que brilhou no Mundial de 2018 ou que eliminou Portugal, no europeu passado.
Tedesco é um estratega e, no plano pessoal, sabe que uma boa prestação da Bélgica nesta competição pode ser o palco que precisava para voltar a catapultar a sua carreira como treinador para outros palcos ao nível de clubes. Porém, recaí sobre ele o peso de ter deixado de fora Thibaut Courtois do Euro 2024, depois de uma autêntica novela marcada por um suposto desentendimento entre o guardião do Real Madrid e o técnico italo-germânico relacionado com a braçadeira de capitão e reforçada por uma autoexclusão, algo que precipitada, de uma futura convocatória por não se sentir apto, depois da grave lesão que sofreu no começo da temporada.
Um ponto a favor dos belgas para esta competição está na bagagem competitiva que trazem desde a chegada da Tedesco. Saiu Roberto Martínez para Portugal e chegou um novo selecionador que trouxe consigo uma nova abordagem tática, riscando o sistema de três centrais, e adotando um 4-3-3 clássico, sistema que ajudou a Bélgica a chegar a solo germânico sem qualquer derrota.
Depois de uma qualificação assegurada no 1.º lugar do grupo F, os belgas chegam a solo germânico depois de derrotar o Montenegro (2-0) e o Luxemburgo (3-0) nos jogos particulares, contudo, o fraco nível coletivo desses dois conjuntos e as suas ausências do Euro 2024 faz com que subsista alguma dúvida sobre o que serão ou não capazes de fazer perante adversários de maior craveira.
O que disse Domenico Tedesco: «Estou muito feliz por finalmente começarmos a jogar. Passamos por muito trabalho e meses intensos de preparação, e as últimas semanas foram muito positivas. Vamos ver qual é o nosso nível durante o Euro.»
Onze provável: Casteels; Castagne, Wout Faes, Vertonghen e De Cuyper; Onana, Oriel Mangala, Trossard, De Bruyne e Doku; Lukaku
Lesionados: Witsel
Castigados: –
ESLOVÁQUIA
Se existe dúvidas sobre o que a Eslováquia é capaz de oferecer neste Euro 2024, perguntem a Portugal as dificuldades que sentiram para os derrotar na qualificação.
Desde a desintegração da antiga Checoslováquia, esta é a terceira participação consecutiva num Campeonato da Europa e existe alguma euforia sobre o que os homens comandados por Francesco Calzona serão capazes de fazer. Sendo o primeiro técnico estrangeiro a comandar os eslovacos, o italiano-que na segunda metade da época tentou, sem sucesso, salvar o Nápoles de uma temporada catastrófica- trouxe para o espaço de seleção uma nova abordagem de jogo assente num 4x3x3 e caracterizada pela pressão alta e por laterais ofensivos, algo pouco usual deste tipo de seleções.
Sem grandes referências individuais, o otimismo dos adeptos eslovacos estará diretamente ligado ao tipo de futebol que o fiel seguidor de Maurizio Sarri será capaz de apresentar, pelo menos, nestes primeiros jogos. Olhando para os 26 eleitos, cairá sobre Skriniar, Lobotka e no goleador do Boavista, Bozeník, a responsabilidade dentro de campo por uma boa prestação.
Inseridos no grupo de Portugal na qualificação, as dificuldades causadas e a qualidade de jogo apresentada pelos eslovacos fazem com que lhes assente bem o 2.º lugar e a passagem direta para a prova na Alemanha. As duas goleadas garantidas com o País de Gales e São Marino, por 4-0, mostram que os eslovacos não vão lá para o empate.
O que disse Francesco Calzona: «É verdade que a Bélgica é boa no contra-ataque, mas temos os nossos pontos fortes – podemos pressionar alto no campo, mas temos de o fazer bem. Não estou preocupado apenas com os avançados da Bélgica, mas com todas as suas qualidades. A equipa está em boa forma, e não temos lesionados. A Bélgica tem muitos poucos pontos fracos. Temos de dar tudo de nós, para tentar obter um resultado positivo. Sabemos que são os favoritos.»
Onze inicial: Dúbrakva, Pekarík, Skriniar, Vavro e Hancko; Duda, Lobotka e Kucka, Haraslín, Bozenik e Schranz
Lesionados: –
Castigados: –
Fonte: A Bola
