O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, enfrenta desafios ao tentar cumprir sua promessa de campanha de acelerar as aprovações de licenças para exportação de gás natural liquefeito (GNL). Consultores aconselham uma abordagem mais cautelosa para evitar que decisões rápidas sejam revertidas judicialmente, segundo fontes próximas ao processo.
O actual Presidente, Joe Biden, instituiu uma moratória sobre novas licenças de exportação de GNL em Janeiro, adiando importantes projectos como o CP2 da Venture Global, a planta Commonwealth LNG e o complexo Lake Charles da Energy Transfer, todos na Louisiana. A decisão foi motivada por pressões de ambientalistas preocupados com as emissões de gases de efeito estufa.
Desafios para Trump
Trump planeia emitir uma ordem executiva específica para GNL no seu primeiro dia no cargo, mas os detalhes ainda estão em debate. Consultores ponderam sobre a necessidade de equilibrar a urgência política com a protecção dos projectos contra batalhas legais prolongadas. Uma das estratégias consideradas é a extensão do período de comentários sobre o estudo de GNL conduzido pela administração Biden, que termina em 18 de Fevereiro, permitindo mais tempo para contestar as suas conclusões.
O estudo de Biden concluiu que exportações irrestritas de GNL podem agravar as mudanças climáticas se substituírem fontes de energia de baixo carbono, em vez de carvão, nos países destinatários. As descobertas podem ser usadas por grupos ambientalistas para contestar novas aprovações.
Perspectiva da indústria
Fred Hutchison, Presidente da LNG Allies, afirmou que a indústria prefere um equilíbrio entre rapidez nas aprovações e durabilidade jurídica. “As empresas afectadas pela pausa da administração Biden desejam evitar atrasos adicionais, mas com aprovação que resista aos tribunais,” comentou.
Cenário futuro
A administração Trump enfrenta o desafio de atender às expectativas dos eleitores, que lhe deram um mandato para reduzir os custos de energia. Ao mesmo tempo, precisa de lidar com regulamentações e considerações ambientais, num sector vital para a economia e a segurança energética dos EUA.
Os próximos meses serão cruciais para definir como os EUA, actualmente o maior exportador mundial de GNL, equilibrarão as pressões políticas, industriais e ambientais neste mercado estratégico.
Fonte: O Económico