Força do dólar pressiona preços do ouro em meio a expectativas de dados cruciais dos EUA

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Os preços do ouro recuaram nesta segunda-feira, 28/10, com o fortalecimento do dólar americano reduzindo a atractividade do metal precioso como refúgio de valor para investidores de fora dos EUA. O mercado agora aguarda uma série de dados económicos importantes que podem sinalizar os próximos passos do Federal Reserve (Fed) em relação à política monetária. O ouro à vista teve queda de 0,5%, sendo negociado a US$ 2.733,01 por onça, enquanto os contratos futuros de ouro dos EUA caíram 0,3%, para US$ 2.745,50.

O índice do dólar subiu 0,2%, prevendo seu maior ganho mensal desde Abril de 2022. Um dólar mais forte impacta o ouro, tornando-o mais caro para investidores que utilizam outras moedas. A força do dólar foi impulsionada por fatores como as recentes eleições japonesas, que trouxeram volatilidade aos mercados globais e reforçaram o valor da moeda americana como ativo seguro.

Expectativas para o ouro

Apesar da queda de curto prazo, analistas mantêm uma perspectiva optimista para o ouro, com previsões de que o metal poderá alcançar a marca de US$ 2.800 no futuro próximo. Tim Waterer, analista-chefe da KCM Trade, afirmou que “o ouro continua bem posicionado para potencialmente atingir US$ 2.800 e além”, mas ressaltou que essa trajetória depende de dados macroeconômicos críticos que serão divulgados ao longo da semana.

Entre esses dados, estão o relatório de emprego dos Estados Unidos e os dados do Índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), um dos principais indicadores de inflação utilizado pelo Fed. Esses números são cruciais para avaliar a saúde do mercado de trabalho e as tendências inflacionárias, que poderão influenciar diretamente a política de taxas de juros do Fed.

Política monetária e riscos geopolíticos

De acordo com o FedWatch da CME, os operadores de mercado avaliam uma chance de 95% de um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros pelo Fed em Novembro. Caso essa redução ocorra, a atractividade do ouro tende a aumentar, uma vez que o metal não oferece rendimento. A recente alta no preço do ouro para um recorde de US$ 2.758,37 foi impulsionada pela procura por refúgio seguro, devido às incertezas geopolíticas envolvendo o Oriente Médio.

Os conflitos no Oriente Médio continuam a impactar os mercados globais. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que recentes ataques aéreos “atingiram duramente” defesas iranianas, enquanto o líder supremo do Irão, Ali Khamenei, minimizou os danos causados. Esse cenário de tensão aumenta a volatilidade no mercado e mantém a demanda por ativos de segurança, como o ouro.

Olhar sobre outros metais preciosos

A queda nos preços do ouro foi acompanhada por recuos em outros metais preciosos. A prata à vista caiu 0,9%, sendo cotada a US$ 33,39 por onça. A platina teve leve queda de 0,1%, atingindo US$ 1.022,20, enquanto o paládio recuou 0,3%, para US$ 1.189,27, após atingir sua maior alta em 10 meses na sessão anterior.

Perspectivas para o ouro e metais preciosos

Com o fortalecimento do dólar e a expectativa por dados económicos, o mercado de ouro deverá permanecer volátil nos próximos dias. Analistas estão atentos às decisões do Fed e ao impacto dos dados de emprego e inflação nos Estados Unidos, que poderão determinar o rumo da política monetária e, consequentemente, a atractividade dos metais preciosos como investimentos. O Presidente da Lipow Oil Associates, Andy Lipow, comentou que “o caminho para o ouro atingir a marca de US$ 2.800 depende de uma combinação de riscos geopolíticos e das direções da política monetária”.

Para os investidores, o ouro continua a ser um activo de interesse em tempos de incerteza, mas a força do dólar e a perspectiva de ajustes na política monetária dos EUA são fatores que poderão limitar sua valorização no curto prazo. A combinação de uma política monetária potencialmente mais branda e os riscos globais poderá, no entanto, criar um ambiente favorável para uma recuperação dos preços dos metais preciosos até o final do ano.

Fonte: O Económico

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