ENTREVISTA A BOLA Pedro Marques: «Sporting vai continuar a ter sucesso, com ou sem Gyokeres»

0
9

Avançado português falou também sobre Rúben Amorim, elogiou Bruno Fernandes e recordou mais alguns momentos do seu tempo ao serviço dos leões

Pedro Marques relembrou os muitos anos passados no Sporting, tanto na equipa B como na A e com alguns empréstimos pelo meio, afirmando que está grato por tudo o que lhe aconteceu nos leões e explicando que esse percurso levou-o ao Apollon, onde está feliz e onde vai continuar, pelo menos, mais duas temporadas, em entrevista a A BOLA.

– Jogaste pelo Sporting B na Liga 2, que atualmente está na Liga 3. Achas que jogar na segunda divisão portuguesa foi muito importante para o teu desenvolvimento como futebolista?

– Sim, especialmente tão novo, porque eu lembro-me desde que cheguei ao Sporting comecei logo na equipa B e depois rodei a época entre a equipa B e juniores, onde acabamos por ser campeões e acho que isso foi muito importante para o meu desenvolvimento como jogador, porque é ser ainda uma criança, ter 18 anos e estar a jogar contra adultos todas as semanas, ajuda muito a desenvolver como pessoa e como jogador.

– Participaste também na UEFA Youth League pelo Sporting, em 2016, onde marcaste três golos em seis jogos na fase de grupos, incluindo ao Real Madrid. Como foi essa primeira experiência internacional ao mais alto nível?

– Foi muito boa, porque eu nunca tinha experienciado nada parecido e foi bastante positivo e gostei muito de ter essa experiência, especialmente com uma estreia tão forte, como foi ter ido jogar ao Real, fora, onde fiz esse golo, que ainda me lembro bastante bem e foi bom também para ganhar o gosto pela carreira internacional e pelas competições europeias.

– Estreaste-te pela equipa principal do Sporting e em Alvalade, em 2018, logo numa competição europeia, a Liga Europa, numa vitória por 3-0 ao Vorskla. O que sentiste nesse momento?

– Durante o jogo ou após? Porque durante o jogo, honestamente, estava tão concentrado que nem os adeptos ouvia à volta de estar a querer ter uma exibição tão boa. Depois do jogo foi um orgulho enorme, uma felicidade muito grande também.

– Já a tua estreia a marcar aconteceu no teu segundo jogo pelos leões, outro momento especial. Quase dois anos depois, e logo com um bis, em poucos minutos, na goleada por 7-1 ao Sacavenense para a Taça de Portugal, no Jamor. Nessa altura, Rúben Amorim já estava no comando técnico, o que é que ele te disse antes de entrares e após o apito final?

– Antes de entrar disse ‘vai, aproveita e faz o teu’ e eu, insatisfeito, fiz dois (risos). E depois disse que estava de parabéns e para continuar o bom trabalho.

– Qual foi o jogador que mais te surpreendeu nos treinos da equipa principal?

– Eu estive, na equipa principal, desde os meus 18 até praticamente à minha saída. Eu cruzei-me com muitos e bons jogadores na equipa principal, mas tenho de dizer que o jogador que mais me impressionou nesses anos todos foi, provavelmente, o Bruno Fernandes, pela qualidade e pela pessoa que é. Acho que foi a pessoa que mais me impressionou.

– E como foi trabalhar com Amorim, apesar de ter sido durante pouco tempo?

– Foi bastante bom, foram ideias novas que eu pude receber e processar que ajuda sempre a desenvolver.

– Achas que Rúben Amorim tem a capacidade para voos mais altos ou achas que devia ficar mais um ano no Sporting, principalmente agora que jogam novamente Liga dos Campeões?

– Isso aí é com o Rúben, se ele deve ficar ou deve sair, agora se ele tem qualidade para voos mais altos, acho que tem mostrado aqui em Portugal que tem essa qualidade, por isso vamos ver o que é que o futuro reserva.

– Como acompanhaste esta grande temporada do Sporting, em que voltou a ser campeão nacional?

– Acompanhei bastante de perto, nem sempre consegui ver os jogos por causa da diferença horária, mas acompanhei bastante de perto e estou bastante feliz que eles tenham sido campeões novamente e pelos meus colegas com que me cruzei e os novos que estão agora no Sporting também.

– E sobre Gyokeres, como ponta de lança, como tens assistido ao impacto dele na época de estreia em Portugal? Consideras que ele deve ficar mais uma temporada ou a saída, neste mercado de verão, é inevitável?

– Isso… a saída dele é inevitável se alguém for bater a cláusula, isso é certinho. Agora que ele tem um papel muito importante no Sporting é a realidade, mas o Sporting não depende só de um jogador. Durante vários anos teve bastante sucesso e não teve sempre os mesmos jogadores no plantel, por isso, acredito que o Sporting vai continuar a ter sucesso com ou sem Gyokeres, claro que com Gyokeres fica mais fácil.

– Com uma média de um golo por jogo e de um golo a cada 30 minutos no Sporting, consideras que não tiveste oportunidades suficientes no clube ou não tens essa mágoa?

– Não, não tenho essa mágoa, foram as oportunidades que me foram concedidas e tenho que as aceitar e seguir caminho.

– Como surgiu o empréstimo para o Gil Vicente, que até aconteceu depois da tua primeira experiência no estrangeiro. Tiveste alguma conversa com Rúben Amorim e percebeste que era o melhor para ambas as partes?

– Sim, esse empréstimo, os dois empréstimos que tive na primeira divisão resultaram da conversa que tive com o Rúben, em que também tinha a ambição de ter mais minutos e de poder fazer mais aparições na primeira liga, ter mais golos e mais oportunidades. E o Sporting é um plantel muito competitivo, sabia que ia ter mais possibilidades do que tive no Sporting e achámos por bem ser essa a solução para mim.

– Em Barcelos, conseguiste a tua estreia na Liga Portugal e a estreia a marcar, algo que não aconteceu pelo teu clube de formação. Foi o cumprir de mais um objetivo na tua carreira?

– Sim, foi a onda do crescimento a desenvolver-se e fiquei bastante feliz por ter tomado a decisão de sair e correu bem a minha época no Gil Vicente.

– Nessa altura, o plano era regressar na próxima época para a equipa principal ou um novo empréstimo sempre foi o pretendido?

– Não, honestamente não me lembro do plano, já foi há alguns anos, mas o plano é sempre jogar no Sporting, na altura, depois acabou por não acontecer.

– E como correu esse ano seguinte no Famalicão, a nível pessoal, com uma lesão a meio da época?

– Sim, a nível pessoal, acho que foi bastante mais produtivo do que a nível desportivo. Não tive a época desportiva que gostava de ter tido, mas a nível pessoal ajudou-me bastante a crescer e a lidar com diferentes situações, o que me ajudou agora a ter sucesso.

Fonte: A Bola

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu nome aqui
Por favor digite seu comentário!