“Espanha me acolheu… A mim e à minha família. Tenho uma vida lá e meus filhos nasceram lá. O destino é bonito, jogar contra a Seleção Espanhola será bonito. É uma grande equipe, bom treinador… é um dia inesquecível para mim”, declarou no Merkur Spiel Arena de Düsseldorf, em uma entrevista coletiva, completamente em espanhol.
Com passado no Celta e no Barcelona, Sylvinho se mostrou muito orgulhoso de seu trabalho na Albânia, onde chegou há um ano e meio: “Estou encantado em ser o técnico da Albânia, fizemos uma ótima classificação e chegar contra a Espanha, vivos, no ‘Grupo da Morte’ é… Nossa… Amanhã, jogar contra os melhores do mundo…”, afirmou.
“Trabalhamos há um ano e meio. Moro lá. Vimos um crescimento muito grande de todos. Estamos orgulhosos, pois somos um país de apenas três milhões de habitantes na Albânia, mas temos outros nove milhões de albaneses vivendo fora do país. Vi uma geração que não tinha presenciado sua Seleção jogar uma Eurocopa e estar aqui é um grande sinal. É um espetáculo estarmos vivos. Temos que nos entregar, jogar nossa melhor partida. Se jogarmos nossa melhor partida, temos chances”, acrescentou.
O brasileiro comentou o grande momento da Espanha: “Tem DNA especial. Joga muito bem, com jogadores de qualidade. Mas essa Espanha tem algo a mais, é vertical. Um grande jogo por dentro e por fora. Uma marcha a mais. Também muito organizada defensivamente, deixa poucos espaços, boa pressão…”, afirmou.
“É a melhor equipe do grupo, está claro. É uma grande equipe, amanhã teremos um jogo muito difícil. Mas tenho gente com muita coragem, com um grande sonho”, avisou. “Muitos disseram, há cinco meses, que a Albânia estaria fora. Mas sempre acreditamos em nosso país. Sonhamos, queremos e é possível, porque em 90 minutos pode acontecer de tudo”, ressaltou.
O jogo contra a Espanha é um dos mais importantes de sua carreira: “Jogo inesquecível por jogar contra a Espanha, é como jogar contra o Brasil. Sou brasileiro e espanhol. Jogamos contra a Itália, contra a Croácia, agora é a vez da Espanha. Há jogos que precisam ser bem preparados. No momento, esse é o jogo mais importante, mas todos são importantes, na verdade. O mais importante é sempre o próximo”, pontuou.
Sylvinho foi ver a Espanha contra a Itália, no estádio de Gelsenkirchen: “Fui com Zabaleta. É uma equipe que impressiona. Muita qualidade, muitos bons jogadores, ótimo trabalho de Luis de la Fuente. Ataca muito bem por dentro e por fora. Mas temos coragem, vamos dar tudo e nosso país está muito orgulhoso de nós”, afirmou.
A Espanha jogará com os menos utilizados, algo que não preocupa Sylvinho: “O segundo time da Espanha pode jogar a final e ser favorito. Não temos tempo de pensar no que a Espanha vai fazer. Temos que pensar no que podemos fazer. Vai ser motivante porque é um torneio de altíssimo nível”, disse.
Ele não quis prever um campeão porque não viu muitos jogos: “Não vi um jogo e me disseram para aproveitar… Trabalhamos há 10 ou 12 dias sem parar. Vi nosso grupo e a Espanha… limpou um, limpou outro… Não estou capacitado para dizer os favoritos, mas vocês (Espanha) é um deles. Mas cuidado com a Itália e a Croácia… Estamos desfrutando. Aprendendo muito também. Quem sabe possamos passar”, comentou.
A Albânia se adiantou tanto contra a Itália quanto contra a Croácia, mas não conseguiu manter a vantagem. “Se adiantar não é fácil, mas é a segunda vez que jogamos este torneio e temos jogadores jovens muito bons, que estão aguentando muito bem, estão se mostrando. Isso é um pouco a experiência do campo. Nós estamos melhorando, temos que continuar crescendo. Temos que gerenciar melhor”, avaliou.
O empate pode valer para a Albânia: “Nenhum treinador prepara algo para empatar. Nos preparamos para ganhar, mesmo sendo inferiores. Depois, se faltarem 5 minutos… Nossa possibilidade passa por vencer a Espanha. Depois olharemos o cenário nos últimos minutos. Mas é impossível preparar algo para empatar”, apontou.
Sylvinho não quis comentar o caso de Mirlind Daku, atacante do Rubin Kazan suspenso por dois jogos por entoar cânticos contra a Macedônia do Norte: “Estamos aqui para jogar futebol. Falamos de futebol, queremos fazer futebol. Nosso negócio é esse. Do resto não temos muito o que comentar. Não podemos perder energia em algo que não seja em nós e na Espanha”, concluiu.
Fonte: Besoccer
