Dólar sofre pressão com expectativas de cortes nas taxas do Fed

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O dólar norte-americano, que vinha em alta nas últimas semanas, sofreu um revés em 11/10, após sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho dos Estados Unidos. Estes indicadores reforçaram a expectativa de cortes mais rápidos nas taxas de juro por parte do Federal Reserve (Fed), afetando o desempenho da moeda.

Apesar da recente queda, o dólar está prestes a alcançar um segundo ganho semanal consecutivo, sustentado pelos fortes números de emprego divulgados na semana anterior. Esses dados fizeram com que os investidores recuassem nas suas apostas sobre um corte de meio ponto percentual na próxima reunião do Fed, marcada para **7 de novembro**.

Mercado de trabalho e inflação em foco

O aumento dos pedidos de subsídio de desemprego, divulgado na quinta-feira, veio acompanhado de um aumento do Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Este dado salientou a necessidade de a política monetária continuar restritiva, a fim de manter a inflação sob controlo. Ainda assim, os investidores voltaram a aumentar as suas apostas em cortes nas taxas de juro, com 83,3% a favor de uma redução de um quarto de ponto.

As rendibilidades das notas do Tesouro a dois anos, que tendem a acompanhar as expectativas sobre as taxas de juro, também caíram, colocando o dólar sob pressão. Este movimento foi reforçado pela especulação de que o Fed poderá estar a inclinar-se para uma abordagem menos agressiva na gestão da política monetária.

Divisão de opiniões no Federal Reserve

Os comentários de membros do Federal Reserve indicam uma divisão nas opiniões sobre os próximos passos. O Presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, sugeriu que a maioria dos membros do Fed espera uma queda gradual e significativa das taxas, ao passo que Raphael Bostic, Presidente do Fed de Atlanta, afirmou estar “aberto” à possibilidade de não haver cortes nas taxas já em Novembro.

 

Esta indecisão mantém o mercado em suspenso, e a volatilidade do dólar reflete as incertezas sobre a trajetória futura da política monetária dos EUA.

Impacto global no Mercado Cambial

A volatilidade do dólar norte-americano também impactou outras moedas globais. O euro manteve-se estável em US$ 1,0936, recuperando de uma baixa de dois meses, enquanto o yen japonês voltou a aproximar-se dos 49,58 yens/dólar, um nível não visto desde Agosto.

O dólar australiano, por sua vez, foi pressionado pelas flutuações nas expectativas de estímulo da China, o maior parceiro comercial da Austrália. O mercado aguarda ansiosamente uma conferência de imprensa do Ministério das Finanças da China, que poderá delinear a política fiscal do país para o futuro próximo.

Perspectivas 

Embora o dólar continue a enfrentar desafios devido aos indicadores económicos mistos, a trajetória futura dependerá em grande parte das decisões do Fed em novembro. Se a inflação permanecer teimosa, o Fed poderá manter uma política restritiva por mais tempo, o que poderá sustentar o dólar. No entanto, qualquer sinal de enfraquecimento económico nos EUA poderá desencadear cortes mais rápidos nas taxas de juro, colocando ainda mais pressão sobre a moeda.

Fonte: O Económico

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