Terceirização de serviços preocupa Sindicato Bancário, por ‘comprometer sigilo’

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De acordo com, Nilsa Machel, Secretária para Organização e Formação do SNEB, citada pelo diário “Notícias”, a crescente terceirização de serviços no sector bancário nacional está a ser apontada como ameaça à segurança de dados sensíveis dos clientes e à estabilidade do emprego dos trabalhadores do sistema.

A preocupação foi levantada na sessão ordinária reunião pelo Sindicato Nacional dos Empregados Bancários (SNEB), realizada sábado, 05/10, em Maputo.

SNEB considera que a terceirização não só precariza o emprego dos bancários como também compromete o sigilo bancário, um princípio fundamental do sector.

“Quando terceirizamos funções bancárias, existem normativos e formações que os bancários são obrigados a cumprir, mas os terceirizados não têm”, afirmou.

Os profissionais alertam que a situação representa um perigo iminente para a segurança dos dados dos clientes, porque os trabalhadores terceirizados não são obrigados a cumprir os mesmos padrões de confidencialidade e “compliance”.

Outro ponto crítico apontado pelo sindicato é a desigualdade nas condições laborais. Enquanto os efectivos têm salários e benefícios garantidos, os trabalhadores contratados por empresas externas têm as condições menos favoráveis, conduzindo a precariedade laboral dos trabalhadores contratados pelos prestadores de serviços externos.

“Os bancários têm data fixa de pagamento, enquanto os terceirizados ficam à mercê dos seus patrões, muitas vezes recebendo com atrasos consideráveis criando condições para a baixa satisfação que muitas vezes é notória”, denunciou Machel.

A responsável sindical também mencionou a crescente substituição de bancários com contratos de longo termo por trabalhadores terceirizados, que são contratados a custos inferiores e sem os mesmos direitos e benefícios.

Esta prática, segundo o sindicato, alimenta a precarização do emprego, particularmente entre os jovens que são despedidos ou ficam em situação de instabilidade laboral.

Como forma de responder a estas preocupações, o sindicato tem vindo a dialogar com as administrações bancárias e com o Banco de Moçambique, mas as respostas obtidas até ao momento não são animadoras.

“O Banco Central disse-nos que é uma prática que vai continuar, porque eles próprios a adoptam”, explicou Machel, referindo-se ao efeito que este modelo terá na banca comercial, que tende a seguir o exemplo do regulador.

Fonte: O Económico

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