Moçambique mantém-se como um destino preferencial de Investimento Directo Estrangeiro – UNCTAD

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De acordo com o Relatório Mundial de Investimentos 2024 da ONU Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), o Egipto é o país africano que mais atrai Investimento Directo Estrangeiro (IDE), seguido pela África do Sul e pela Etiópia. No relatório deste ano, Moçambique ocupa a sexta posição no continente, com um total de US$ 2,5 mil milhões, o que representa um aumento de 2% em relação ao ano anterior.

Segundo o relatório, o IDE global caiu 2% em 2023, devido ao abrandamento económico e ao aumento das tensões geopolíticas e políticas proteccionistas.

Os fluxos de IDE para África também diminuíram 3%, totalizando US$ 53 mil milhões, como resultado da queda nas duas maiores economias receptoras: Egipto e África do Sul. O Egipto, apesar de ter atraído o maior volume de IDE no continente pelo segundo ano consecutivo, com US$9,8 mil milhões, registou uma queda de 13,7% em comparação com os US$ 11,4 mil milhões do ano anterior. A África do Sul, por outro lado, viu uma redução ainda mais acentuada no IDE (43,5%), com US$ 5,2 mil milhões em 2023, face aos US$ 9,2 mil milhões de 2022.

Os países africanos que se seguem nesta lista são, por ordem: Etiópia (US$ 3,3 mil milhões), Uganda (US$2,9 mil milhões), Senegal (US$2,6 mil milhões), Moçambique (US$ 2,5 mil milhões), Namíbia (US$ 2,4 mil milhões), Nigéria (US$ 1,9 mil milhões), Costa do Marfim (US$ 1,8 mil milhões) e a República Democrática do Congo (US$1,6 mil milhões).

O fluxo de IDE para Moçambique, que totalizou US$ 2,5 mil milhões, o sexto maior no continente, aumentou 2% em comparação com os US$ 2,4 mil milhões obtidos no ano anterior, embora esteja ainda longe do pico alcançado em 2021, com US$ 5,1 mil milhões. No que respeita ao stock acumulado de IDE, o crescimento foi de 4,9%, subindo de US$ 54,5 mil milhões em 2022 para US$ 57,3 mil milhões em 2023.

Os analistas acrescentam que Moçambique conquistou dez novos projectos de investimento em 2023 (apenas oito no ano anterior), com um valor de US$ 3,13 mil milhões, mais do que o dobro dos US$ 1,37 mil milhões registados em 2022. Em termos de saída, os investimentos provenientes de Moçambique totalizaram US$ 174 milhões, em contraste com os US$ 564 milhões de 2022.

Por sector, o continente africano atraiu principalmente novos projectos relacionados com a electricidade e o gás, seguidos pela indústria mineira e pela indústria química. Entre os destaques individuais, encontra-se um megaprojecto de hidrogénio verde na Mauritânia, no valor de US$ 34 mil milhões, um montante superior ao PIB do País. 

África também recebeu mais de US$ 10 mil milhões em financiamento para projectos de geração de energia eólica e solar no ano passado, em países como Egipto, África do Sul e Zimbabué. Outro destaque é uma nova fábrica de baterias para veículos eléctricos em Marrocos, avaliada em US$ 6,4 mil milhões.

Importa salientar que as principais economias que têm investido no continente africano ao longo dos últimos cinco anos, em termos de stock de IED, são os Países Baixos, França, Estados Unidos, Reino Unido e China.

Fonte: O Económico

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