Dia Internacional contra Testes Nucleares enfatiza busca por consenso pelo Tratado de Proibição Total

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Para marcar o Dia Internacional contra Testes Nucleares, neste 29 de agosto, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Dennis Francis, reafirmou que o reinício destas experiências demonstra que “as terríveis lições do passado estão sendo esquecidas ou ignoradas”.

Em artigo de opinião, ele reitera que “o mundo deve falar a uma só voz para acabar com a prática de uma vez por todas”.

Ferramenta de segurança essencial

O líder da Assembleia Geral ressalta que o Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares é a única interdição cobrindo amplamente estes ensaios e uma ferramenta de segurança essencial e verificável, mas lamenta que ainda não esteja em vigor.

Em evento na capital do Cazaquistão, Astana, a alta representante para Assuntos de Desarmamento, Izumi Nakamitsu, disse que as zonas onde foram realizados estes testes, que cobrem mais da metade da massa terrestre do mundo, representam a crença da maioria no mundo de que “não possuir armas nucleares é, na verdade, do seu interesse de segurança”.

Presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, destaca terem sido observados aumentos exponenciais de estoques de armas nucleares
Governo dos EUA

Presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, destaca terem sido observados aumentos exponenciais de estoques de armas nucleares

Em pedido feito “em nome das vítimas dos testes nucleares e das gerações futuras”, o presidente da Assembleia Geral convoca os países que ainda precisam ratificar o tratado “a fazê-lo imediatamente e sem condições” para que entre em vigor.

A data lembra o encerramento oficial do local de testes de armas nucleares de Semipalatinsk, no atual Cazaquistão, em 1991. Francis lembra que na área ocorreram 456 explosões de testes nucleares entre 1949 e 1989.

Explosão muito superior ao bombardeio de Hiroshima

O presidente da Assembleia Geral sublinha ainda que pelo menos um teste de armas nucleares ocorreu em algum lugar do mundo a cada semana entre 1954 e 1984. A maioria foi uma explosão muito superior ao bombardeio de Hiroshima, no Japão, com armas nucleares explodindo no ar, sobre e sob o solo e no mar.

Segundo ele, a radioatividade dessas explosões se espalhou pelo planeta afetando profundamente no meio ambiente. Esses danos ainda podem ser “rastreados e medidos atualmente na Grande Barreira de Corais e nas fossas oceânicas mais profundas”.

No artigo, Francis destaca terem sido observados aumentos exponenciais de estoques de armas nucleares. No início da década de 1980, o total era de cerca de 60 mil, sendo que e “a maioria muito mais poderosa do que as bombas usadas em Hiroshima e Nagasaki.”

Nas Nações Unidas, a data será marcada por uma reunião de alto nível da Assembleia Geral na primeira semana de setembro juntando funcionários da organização e palestrantes.

Francis pede a todos os Estados para que estejam abertos a fazer decisões ousadas, mas baseadas em princípios. Ele aponta a necessidade de se chegar a um consenso global final sob o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares.

Fonte: ONU

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