O Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique (CPMO) decidiu reduzir as taxas de juro de referência em 75pb, designadamente, a taxa MIMO (de 15,75% para 15%), a taxa da Facilidade Permanente de Cedência (FPC) de 18,75% para 18% e a taxa da Facilidade Permanente de Depósitos de (FPD) de 12,75% para 12%.
É a terceira vez consecutiva que o Banco Central aplica cortes de 75pb sobre as taxas de referência no presente ano, totalizando 225pb, tendo a MIMO saindo de 17,25% em Dez-23 para 15% em Mai-24.
Por outro lado, para a Banca comercial, o saldo das últimas decisões do Banco Central continua a resultar numa política monetária restritiva, visto que o nível dos coeficientes de reservas obrigatórias mantém-se alto.
É esperado que a decisão venha a ter um impacto do lado da procura (famílias, empresas e Estado), visto que a Prime Era do Sistema Financeiro deverá ser ajustada em baixa nos próximos meses, resultado na redução dos encargos financeiros (serviço da dívida), aumento do rendimento disponível e poder de compra (resultando num maior consumo e/ou investimento);
Igualmente, prevê-se que a medida se traduza num estímulo à procura por crédito pelo sector privado, por via de taxas de juro mais atractivas e sinalização de estabilidade dos preços, nomeadamente a inflação em um dígito.
Por outro lado, para a Banca comercial, o saldo das últimas decisões do Banco Central continua a resultar numa política monetária restritiva, visto que o nível dos coeficientes de reservas obrigatórias mantém-se altos, o que poderá ter efeito negativo na margem financeira, nível de concessão.
Fonte ouvida pelo O.Económico, refere que a procura por crédito poderá crescer nos próximos meses, sendo maioritariamente satisfeita pelos Bancos de maior dimensão, excedentários em recursos, fortemente capitalizados e com níveis de transformação baixos. Porém, diz a mesma fonte, os Bancos com menor dimensão, que enfrentam maiores necessidades e custos de funding, poderão não conseguir satisfazer a procura, visto que o actual nível dos coeficientes de reservas obrigatórias eleva de forma nominal as suas taxas de transformação e reduz a capacidade de oferta.
Fonte: O Económico