O Governo brasileiro está a ponderar medidas adicionais para ajudar a combater as consequências das cheias históricas no Estado do Rio Grande do Sul, poucos dias depois de ter revelado um plano de ajuda de 52 mil milhões de reais (10 mil milhões de dólares).
O País está em conversações com instituições financeiras internacionais, incluindo o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, depois de ter implementado medidas iniciais que incluíam a concessão de crédito subsidiado, de acordo com Dario Durigan, Secretário Executivo do Ministério das Finanças.
“Os credores multilaterais estão todos dispostos a fornecer financiamento para a reconstrução” do Estado do Sul, disse Durigan numa entrevista em Nova Iorque na quarta-feira, 15/05, sem dar detalhes sobre as discussões. Durigan acrescentou que o Governo brasileiro ainda está em processo de avaliação dos danos e das necessidades financeiras das áreas afectadas. Outro ponto que está a ser considerado é se as linhas de crédito acordadas com os credores multilaterais terão de ter garantias soberanas.
Durigan, membro sénior da equipa económica do Ministro das Finanças, Fernando Haddad, disse que ainda é muito cedo para estimar o impacto total das piores inundações da história do Estado no produto interno bruto do País. A catástrofe matou mais de 150 pessoas e deixou meio milhão de desalojados, além de ter afectado os sistemas de energia e transporte do estado. Prevê-se que o aeroporto de Porto Alegre, a capital do Estado, permaneça encerrado durante vários meses.
Embora o apoio ao Estado e à população afectada seja uma prioridade, disse Durigan, o Ministério das Finanças continua empenhado em evitar que os esforços fiscais do Governo descarrilem. “Estamos a reagir com cautela”, afirmou.
Durigan, que se reunirá com investidores nos Estados Unidos esta semana, não quis comentar a recente turbulência na empresa petrolífera estatal Petróleo Brasileiro SA e a saída do Director Executivo Jean Paul Prates.
O Brasil pretende vender mais títulos de dívida sustentável ainda este ano, após a emissão de 2 mil milhões de dólares em Novembro.
Embora o interesse entre investidores privados e potenciais subscritores seja alto, Durigan disse que a combinação actual de custos internacionais de empréstimos mais altos e um dólar forte não é favorável.
“Neste momento, existe um constrangimento devido às elevadas taxas de juro dos EUA – reconhecemos isso”, afirmou.
Fonte: O Económico