Sudão do Sul: Seis anos de independência quatro dos quais em guerra

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A MAIS jovem nação do mundo chegou aos seus seis anos de independência, completados ontem, 09 de Julho, como uma das piores crises humanitárias do mundo, e sob uma guerra civil, que resvala cada vez mais para um conflito de matriz étnica.

O Sudão do Sul marcou sexto aniversário da sua independência de forma silenciosa, sem festa oficial.

Em 09 de Julho de 2011, dignitários de todo o mundo juntaram-se a multidões de sul-sudaneses para celebrar a independência do país do Sudão, norte, depois de décadas de guerra civil.

Mas dois anos depois, em Dezembro de 2013, o país mergulhou num novo conflito, depois que o presidente Salva Kiir acusou o então seu vice-presidente, Riek Machar, de conspirar para um golpe de Estado.

A guerra é caracterizada por conflitos étnicos, violência sexual e extrema brutalidade sobre civis, as principais vítimas.

Um terço da população foi forçada a abandonar as suas casas, criando uma das piores crises de refugiados do mundo, dezenas de milhares foram mortas e a fome ameaça a vida de milhões de pessoas.

No mês passado, o governo anunciou o cancelamento das festividades oficiais da independência, pelo segundo ano consecutivo, supostamente por razões económicas.

Ontem, em Juba, não havia cartazes ou bandeiras de comemoração, em vez disso, um ar de luto pela promessa perdida de independência impregnava as ruas tranquilas.

“SEM PAZ, SEM ESTABILIDADE”

“Não me arrependo de ter votado pela independência do Sudão do Sul”, disse à AFP Ariik Majok, “embora eu não esteja feliz com a maneira com o que está a acontecer no Sudão do Sul”.

“Não há paz e estabilidade. As pessoas estão a morrer e os nossos líderes não estão a resolver a situação (…) “, disse, por sua vez Wani John. “Queremos, simplesmente, a paz”.

Os lamentos dos residentes de Juba são repetidos pelas agências internacionais de ajuda que lutam para enfrentar as múltiplas crises, que actualmente atingem o Sudão do Sul.

O Conselho Norueguês de Refugiados (NRC) diz que há pouco para comemorar. “A independência do Sudão do Sul é obscurecida pelo conflito e uma crise alimentar sem precedentes”, disse Rehana Zawar, directora do NRC no país, acrescentando: “Enquanto a independência trouxe esperanças de paz e desenvolvimento (…) o conflito actual levou quatro milhões sul-sudaneses a fugir das suas casas”. – eNCA

Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/internacional/69307-sudao-do-sul-seis-anos-de-independencia-quatro-dos-quais-em-guerra.html

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