Todas as explicações de Rui Costa sobre o mercado

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O presidente do Benfica, em entrevista à BTV, esta sexta-feira, detalhou todas as movimentações das águias no mercado de janeiro;

Leia em baixo o que tudo o que disse o presidente dos encarnados.

Homenagem a Sven Goran Eriksson – «Queria deixar duas notas. Em primeiro lugar, agradeço a toda a estrutura atrás deste projeto, ao Rui Pedro Braz [diretor desportivo], pela força que me dá e pelo trabalho que faz no mercado, com o apoio do seu scouting; a Lourenço Pereira Coelho [administrador para o futebol], que está com o futebol diariamente; e à administração, que me vai dando ferramentas para chegar a estes patamares. A segunda nota, mais comovente, elucidar os nossos adeptos que internamente soubemos da situação de Eriksson [gravemente doente, com cancro] há ano e meio, é um grande senhor desta casa e nunca será esquecido. Em setembro do ano passado, ele e a sua família estiveram para vir e ser homenageados no jogo com o FC Porto, mas na véspera o médico desaconselhou a sua vinda. Estava tudo marcado. Temos muitas dificuldades em trazê-lo cá, não temos memória curta, sabemos da história que há entre o Benfica e Eriksson.»

Plantel – «Tem a ver com a política desportiva que tracei, à qual se junta a política financeira. Quando se faz uma renovação tão grande nem sempre se acerta. Podemos falhar um jogador, mas não o critério. É natural que se possa falhar um jogador ou outro neste ano e meio, mas tentei criar melhores planteis, que possam ser vitoriosos, que possam salvaguardar o clube todas as épocas e faz um ano e meio, com a vinda de Schmidt, começámos a época com 54 jogadores, mais nove contratações, tínhamos 63 ativos. Com os emprestados, sem jogadores da equipa B. Neste momento temos 31. Destes, 24 são do plantel, sete estão emprestados e quatro são da formação. Se estou satisfeito com tudo? Não, quero sempre mais, mas estou muito feliz com o que foi feito, projetando o Benfica para outro patamar. Temos um plantel com misto de juventude e experiência, 14 jogadores até aos 24 anos no plantel, que salvaguardam o clube desportivamente. Quero muito mais para o clube, mas estou otimista. Em termos de salvaguarda económica, também temos um plantel mais valioso do que há ano e meio atrás. Se olharmos para Trubin, Kokçu, João Neves, António Silva… tem maturidade. Neste misto, o Benfica ficou mais forte do que estava.»

Rafa e Di María – «Estão a acabar contrato. Os dois abdicaram de muito dinheiro para continuarem no Benfica. Di María estava livre e abdicou de contratos milionários; Rafa teve no início da época enormes propostas para sair e na conversa que tivemos em Inglaterra houve um compromisso em que Rafa rejeitou propostas enormes e o Benfica prescindiu de valores arriscando que ele saia a custo zero no final da época. O compromisso de Rafa tem sido exemplar, está a fazer uma grande época. Posso garantir que eles são dos mais influentes no balneário, vamos ver o que isto vai dar até final da época, não vale a pena antecipar cenários.»

Formação – «Temos oito jogadores na formação nos 24 do plantel, há política bem vincada de aposta na formação. Temos um treinador que não teme apostar na juventude e isso facilita o trabalho. Não há equipa nacional e acho que nem de topo europeu que utilize os jovens de forma tão continuidada como o Benfica. Mas esta porta foi aberta à formação mas não é chegar lá abaixo e ir buscar miúdos.»

Contas – «Depende das ocasiões e das condições, neste momento conseguimos aportar o que pretendíamos ao plantel mas de uma forma financeiramente equilibrada. Não estamos, nem nunca teremos necessidade de fazer all in, acabámos por ter número equilibrado nas contas que nos permite olhar de forma positiova para o futuro. Há mercados em que teremos de gastar mais do que outros, uns em que prevalece a parte económica e outros a desporytiva.»

Aursnes – «Nós avaliamos muito se ele está na posição certa ou não do que se está a jogar bem naquela posição. A crítica diz que ele é médio esquerdo – ele foi contratado para médio-centro, a posição em que ele jogou menos até agora. Elçe desempenha todas as posições com espectacularidade. Sem excessos, para mim foi o melhor lateral-direito neste meio ano. Mias importante se está ou não correto ali, é pensar se joga bem ali. Discutimos a contratação de mais uma opção para lateral-direito. Pensava-se que Bah demoraria mais tempo a recuperar, quando percebemos que estava perto de voltar, e já voltou, entendemos que era mais urgente reforçar outras posições. O Fredrik é um joker, que joga bem em todas as posições. Estamos salvaguardados. Criámos um plantel forte, equilibrado e com potencial para lutar por todos os objetivos até final da época. O Campeonato será sempre o nosso grande objetivo, mas não podemos mudar mais do que três jogadores na lista para a Europa… Quisémos trazer sangue novo para dentro da equipa, mas não quisémos mudar o trabalho todo que estava a ser feito. Foi o suficiente.»

Arthur Cabral – «Jogar no Benfica é difícil. Arthur Cabral fez golos toda a vida e no Benfica também iria fazer, mas é difícil jogar no Benfica, a responsabilidade é grande, vestir esta camisola, é preciso dar-se tempo de adaptação aos atletas. É a mudança de muita coisa e há a exigência máxima de representar ao Benfica. O jogador sente que é avaliado pelos adeptos ao primeiro toque na bola, ao primeiro erro. Quando se fala de jovens é preciso ter alguma paciência. Nos quatro reforços não há dúvida do talento que trouxemos.»

Rollheiser – «Estava praticamente feito para o verão mas com a saída de Guedes e a possibilidade de só o começarmos a pagar na próxima época, trouxemo-lo agora porque entendemos que pode ser útil ainda esta época e para antecipar a sua adaptação. Quando trazemos desta idade têm de ser suportados por outros jogadores que já estão no plantel. Temos no plantel jogadores abaixo de 24 anos, mas temos outros que podem ser a muleta de adaptação que é precisa. Entendemos que um sul-americano precisa de cinco/seis meses de adaptação.»

Álvaro Carreras – «Jurásek não teve o impacto que esperávamos, Bernat infelizmente praticamente não esteve ao serviço do Benfica devido às lesões, chegando a este momento era necessário reforçar a lateral-esquerdo. Álvaro Carreras é jovem de 20 anos, com bom andamento nas pernas, titular nos sub-20 de Espanha, escola do Real Madrid, estava identificado.»

Marcos Leonardo – «Com a carência de golos que tínhamos entendemos ir buscar mais um avançado, entendo que se esperava um avançado com mais experiência, mas nesse período nenhum clube vende barato um avançado que esteja a marcar 20 golos. Marcos só foi possível de contratar porque o Santos desceu de divisão, aproveitámos a oportunidade e as boas relações que temos com o Santos e só pagamos a partir da próxima época, o que é muito vantajoso para nós. O Marcos dá garantias para o presente e para o futuro e ele tem mostrado a vontade de o trazermos já.»

Prestianni – «O último a assinar, mas o que foi feito mais cedo, praticamente feito no mercado de verão, mas pela idade dele não poderia vir, só em janeiro, quando fez 18 anos.»

Lucas Veríssimo e Gabriel – «O Lucas foi uma pena, como homem e jogador. Teve a grave lesão no joelho e perdeu cerca de um ano de competição. Dentro desse espaço apareceram Otamendi, António Silva, Morato. Teve comportamento exemplar mesmo não jogando, importante no balneário, foi emprestado para o Brasil e chegou agora ao mercado de inverno… Havia a solução Corinthians e a solução para o Catar, por uma verba boa. Gabriel não estava no plantel, nem o ano passado, não iria fazer, vinha de dois empréstimos, a ano e meio de terminar contrato procurámos soluções para rentabilizar ativos, acabámos por rescindir e libertá-lo e não tendo, assim, mais encargos. Não conseguiríamos ter lucro.»

Petar Musa – «O Petar é questão diferente dos outros, teve mais minutos, ainda assim, com a recuperação, chamemos-lhe assim, de Arthur Cabral, a vinda de Marcos Leonardo e a aposta em Casper Tengstedt, fazia pouco sentido ter quatro avançados num modelo em que jogamos só com um; com a proposta que apareceu, fez sentido fazer agora esta mudança, sabendo que o Petar era influente. Uma proposta que pode chegar aos €12 milhões era vantajoso e corríamos o risco de ele ter menos minutos até final da época. Todas as partes envolvidas acharam que era oportuno aceitar a proposta, quisemos aceitar.»

Gonçalo Guedes – «Não era nosso jogador, era do Wolverhampton. Infelizmente foi fustigado com lesões que o condicionaram para ganhar espaço. Tinha poucos minutos e ainda por cima não era nosso. Foi vontade muito grande do jogador, que nós respeitamos, ir para um clube, o Villarreal, que tem um treinador que o conhecia bem; mas será sempre um de nós, o empenho dele foi sempre enorme. Ainda hoje não sabemos como aguentou o ano passado a jogar lesionado nos últimos minutos do jogo de Alvalade, com o Sporting. Não fazia sentido não aceitar a mudança dele para Espanha.»

Chiquinho – «Foi extraordinariamente importante no ano do título, com aparecimento de João Neves, tinha poucos minutos, estava a cinco meses de terminar contrato, para nós foi melhor sair agora do que ele sair livre e considerámos que seria saída airosa para ele. Também não merecia que lhe cortássemos esta oportunidade.»

Jurásek – «Foi contratado com grande expectativa nossa, mas não me custa admitir que não teve o impacto que desejávamos, ainda por cima sabíamos que depois de Grimaldo não era fácil a substituição. Achávamos que Jurásek estava pronto. Mas não há nenhuma aquisição que chegue ao Benfica que não tenha a concordância do presidente e do treinador. Atendendo ao custo do jogador, para não desvalorizar, entendemos emprestá-lo. Para o seu crescimento será melhor jogar numa Liga como a da Bundesliga do que  não ter minutos no Benfica.»

João Victor – «Foi contratado no início da época passada, era necessário um quarto central, encontrámos em João Victor a solução que entendíamos indicada, numa fase em que ainda não tinha nascido António Silva e João Victor perdeu espaço. Foi emprestado, voltou este ano, tinha poucos minutos e apareceu uma boa proposta para ele e para o clube. Recuperámos o investimento praticamente todo que tínhamos feito no jogador. Seis milhões, com um ano amortizado, foi vantajoso.»

Balanço – «A intenção é sempre melhorar e ajustar o plantel e acreditamos novamente que fizemos um bom trabalho em janeiro.»

Fonte: A Bola

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